Bolsa Família: "não se trata de pacote de bondades, aumento do Bolsa Família já tinha sido anunciado pelo governo anterior", afirmou ministro (Jefferson Rudy/Agência Senado/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 18h21.
Brasília - O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, disse que o impacto do aumento do Bolsa Família divulgado nesta quarta-feira será de 1,2 bilhão de reais em 2016, investida que ele defendeu pelo fato de o programa não contar com reajustes há vários anos.
"Não se trata de pacote de bondades, aumento do Bolsa Família já tinha sido anunciado pelo governo anterior", afirmou ele, após participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
A presidente afastada Dilma Rousseff havia anunciado no dia 1º de maio um reajuste de 9 por cento no valor médio do Bolsa Família e poucos dias depois assinou um decreto nesse sentido, mas o aumento acabou não se concretizando.
Nesta quarta-feira, a elevação divulgada pelo presidente interino Michel Temer para o programa foi de 12,5 por cento.
"Como ele (reajuste) atrasou alguns meses, foi possível dar um aumento um pouco maior", justificou Oliveira.
Ele disse que o impacto anualizado da elevação é de 2,5 bilhões de reais. Rebatendo críticas de que o movimento seria um sinal contraditório em meio à necessidade de economia para o reequilíbrio das contas públicas, Oliveira afirmou que "não se pode esperar que o ajuste fiscal seja cobrado apenas de uma das parcelas da população".
AUMENTO DOS SERVIDORES
Durante apresentação na CAE, o ministro apontou que o reajuste em projeto de lei dos salários no Judiciário e no Ministério Público da União (MPU) terá um impacto de 15,1 bilhões de reais até 2018, 1,6 bilhão de reais acima do previsto anteriormente, quando já havia revisado suas contas e reconhecido erros técnicos nos números iniciais. Até 2019, o impacto envolvendo as duas categorias será de 25,8 bilhões de reais, montante que minimizou em audiência com senadores.
"Os projetos que estão aqui tramitando preevem também para os próximos anos reajustes comedidos, que não vão, digamos assim, tornar a nossa situação fiscal ainda mais difícil", disse.
Oliveira defendeu que os textos que estão no Congresso não possuem inadequeção e são consoantes com o espaço fiscal existente, de um déficit de até 170,5 bilhões de reais para o governo central este ano.