Ministra diz que governo estuda reajuste a servidores acima de 19% até 2026
Prioridade para este ano são os técnicos da educação. Aumento pode beneficiar cerca de 200 mil funcionários da área
Agência de notícias
Publicado em 11 de abril de 2024 às 13h43.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck , disse nesta quinta-feira que o governo está estudando um reajuste salarial dos servidores acima de 19% até 2026. No momento, a prioridade para negociações são os técnicos de instituições federais, que mobilizam greves pelas universidades no país.
A proposta inicial do governo, para o funcionalismo federal, começou com um reajuste de 9% dado em 2023 e, em acréscimo, mais dois reajustes em 2025 e 2026. A somatória, até o fim do mandato de Lula, seria de cerca de 19%. A inflação acumulada prevista para o período (2023-2026) é de 16,5%. Agora, a ministra fala em negociações para uma contraproposta.
— Nesse momento, estamos discutindo no governo um espaço orçamentário não só para educação, mas para os demais servidores, para que a gente possa ter um valor acima desse (19% até 2026) — disse Dweck, no programa "Bom dia, ministra", da EBC.
Por outro lado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira que a equipe econômica está fazendo os cálculos para ver se há espaço para um reajuste maior aos servidores nos próximos anos. Ele acrescentou que, em 2024, isso não será possível, pois o “orçamento está fechado”.
Também nesta última quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que Dweck está “fervilhando de problemas” e defendeu o direito de greve.
Gastos de R$ 15,7 bilhões
A discussão sobre eventual aumento de salário dos servidores federais foi acirrada nesta semana após a Câmara aprovar na terça-feira um dispositivo que, na prática, permite ao governo antecipar a ampliação de R$ 15,7 bilhões em despesas no Orçamento deste ano.
O valor extra, se confirmado, pode ser usado para atender a demanda de parte dos servidores. Até então, o cenário de aumento salarial neste ano era tido como “muito improvável” no Ministério de Gestão e Inovação (MGI).
Desde dezembro de 2023 o governo está oferecendo a proposta de reajuste salarial de 19% até 2026 (considerado o já efetivado no ano passado), sem espaço para 2024.
Para esse ano, a proposta é na correção nos valores dos benefícios, medida considerada mais equitativa, como mostrado abaixo. Isso porque o aumento percentual no salário beneficia quem ganha mais.
- Auxílio-alimentação, de R$ 658 para R$ 1 mil (aumento de 51,9%);
- Auxílio-saúde per capita, de R$ 144,38 para cerca de R$ 215;
- Auxílio-creche, de R$ 321 para R$ 484,90.
Educação
A prioridade é aumentar, neste ano, o salário de cerca de 200 mil servidores da educação. A primeira proposta feita pelo governo - de reajuste escalonado até 2026 em 19% - não foi aceita.
A expectativa do Ministério de Gestão de Inovação é apresentar uma nova proposta para a categoria dentro de duas semanas.
— O que estamos discutindo agora, dentro do governo, é justamente esse espaço orçamentário para a gente fazer uma contraproposta, porque a gente chegou a fazer uma proposta dentro desses valores, que seriam 4,5% no ano que vem e 4,5% em 2026 (além do reajuste de 2023) — disse Esther.
Entenda a proposta inicial
- 2023: reajuste 9% para todos os serviços, mais correção nos benefícios;
- 2024: correção para todas as categorias, apenas nos benefícios;
- 2025: correção de 4,5% para todas as categorias;
- 2026: correção de 4,5% para todas as categorias;
- Acumulado no salário: aumento de 19%, já considerando a variação de reajuste sobre reajuste.