Economia

Ministra da Agricultura prepara missão à China para aumentar exportações

A intenção é ampliar número de frigoríficos com habilitação sanitária para vender para o país asiático

Tereza Cristina: ministra da Agricultura quer evitar clima anti-China dentro do governo Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

Tereza Cristina: ministra da Agricultura quer evitar clima anti-China dentro do governo Bolsonaro (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 18 de março de 2019 às 08h58.

Última atualização em 18 de março de 2019 às 11h42.

Washington — A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse no domingo, 17, que pretende organizar uma missão para a China na primeira semana de maio para tentar ampliar as exportações de carne suína, bovina e de frango ao mercado chinês.

A intenção da ministra é aumentar o número de frigoríficos com habilitação sanitária a exportar para o país asiático, hoje o maior parceiro comercial do Brasil, além de tratar a questão da exportação de soja.

Maior exportador de soja para a China, o Brasil pode perder espaço com os Estados Unidos a caminho de negociarem um acordo comercial com o país asiático.

A ministra defendeu a importância da China para a agricultura brasileira, e revelou que a missão tentará aumentar o leque de produtos exportados para o país.

A China se mantém como o principal parceiro comercial brasileiro, mas o governo chinês tem mostrado desconforto com a retórica anti-chinesa que prevaleceu no discurso do presidente Bolsonaro durante a campanha e ainda existe no governo.

Recentemente, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, questionou se a parceria com a China seria tão benéfica para o Brasil quanto se apregoa. "De fato, a China passou a ser o grande parceiro comercial do Brasil e, coincidência ou não, tem sido um período de estagnação do Brasil", disse.

O chanceler afirmou que o Brasil quer vender minério de ferro e soja, mas não vai "vender a alma" para isso.

As declarações irritaram os produtores rurais, e Araújo tentou desarmar o mal estar em uma agenda com o presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), no dia seguinte, enquanto o restante do governo vem tentando baixar o tom das declarações anti-chinesas.

O próprio Bolsonaro entrou em campo e, na última quinta-feira, durante uma transmissão ao vivo pelo Facebook, afirmou que a China é uma "grande parceira" e que pretende ir ele mesmo ao país no segundo semestre deste ano.

Dados referentes a 2018 do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) mostram que a China se manteve como principal destino das exportações brasileiras, chegando a 64,2 bilhões de dólares no ano passado.

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