Economia

Meta de redução de CO2 na UE deve acelerar mercado de carros verdes

Novo acordo do bloco europeu determina que as emissões dos automóveis novos deverão ser reduzidas em 37,5% até 2030 e as dos veículos utilitários em 31%

Carro elétrico em uma estação de recarga. (Miles Willis / Stringer/Getty Images)

Carro elétrico em uma estação de recarga. (Miles Willis / Stringer/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 19 de dezembro de 2018 às 11h02.

Última atualização em 20 de dezembro de 2018 às 12h07.

São Paulo - Em mais uma ação de combate à poluição e às emissões de dióxido de carbono (CO2), vilão do aquecimento global, os 28 estados membros da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram nesta semana a um acordo para reduzir as emissões de veículos automotivos.

Pelo acordo, as emissões de CO2 dos automóveis novos deverão ser reduzidas em 37,5% até 2030 e as dos veículos utilitários (tipo furgão, vans, etc) em 31%. A meta será calculada com base no nível de emissões de 2021, com uma proposta de redução intermediária de 15%, a ser alcançada até 2025.

Inicialmente, a Comissão Europeia propôs uma redução de 30% para os dois tipos de veículos, e o Parlamento tinha uma meta de 40%. Dona de um imenso parque industrial automotivo, a Alemanha era a principal apoiadora dessa proposta, por temer impactos econômicos associados à medida.

O acordo, que ainda precisa ser formalmente confirmado, marca o fim de um longo ciclo de debates acalorados entre as nações e deve estimular a adoção de carros de baixa emissão, como os elétricos e híbridos, a preços mais acessíveis no mercado europeu, e com impactos reduzidos sobre o meio ambiente e a saúde das pessoas. 

"Ainda temos um número pequeno de automóveis de baixa emissão, como os elétricos, disponível no mercado. Esta decisão da UE deve incentivar os fabricantes a apostar mais nesse tipo de veículo", avaliou em comunicado Monique Goyens, diretora-geral da European Consumer Organization (BEUC).

Segundo a organização Transport & Environment (T&E), a Europa muda de patamar na corrida global por veículos mais eficientes e ecológicos. "A nova lei significa que, ao final da próxima década, teremos ao menos 1/3 dos novos automóveis eletrificados ou movidos a hidrogênio", estimou o consultor Greg Archer, em análise da instituição.

As novas metas porém não são suficientes para que as emissões totais do setor de transporte (por mar e terra) atinjam a redução de emissões da União Europeia prometidas até 2030, tampouco os compromissos do bloco europeu junto ao Acordo de Paris, no combate às mudanças climáticas. 

Na prática, os governos precisam tomar medidas mais efetivas para garantir a aplicação das novas regras e instrumentos para implementar compromissos que reduzam ainda mais as emissões do setor. 

Mercado global

As vendas de carros elétricos bateram recorde em 2017, com 1,1 milhão de novos modelos emplacados, 54% a mais do que ano anterior, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

A China respondeu por quase metade das vendas, com a Noruega liderando a adoção de modelos verdes per capita.

O número total de carros elétricos em circulação no mundo já ultrapassa a marca de 3 milhões. A maior parte deles estão na China (1,23 milhão), seguida da Europa (820 mil) e dos Estados Unidos (760 mil). 

Acompanhe tudo sobre:CarrosCarros elétricosEmissões de CO2Tecnologias limpasUnião Europeia

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor