Exame Logo

Merkel diz compreender preocupação do Brasil com o câmbio

Durante a reunião, a chanceler alertou o Brasil e outros países contra o protecionismo

Merkel e Dilma se encontraram em Hanover para a inauguração de uma importante feira de informática (Roberto Stuckert Filho/PR)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de março de 2012 às 09h26.

Hanover - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira, pouco antes de se reunir com a presidente Dilma Rousseff, que compreende os problemas cambiais enfrentados pelos países emergentes em decorrência da grande oferta de dinheiro a juros baixos nas nações industrializadas.

Merkel e Dilma se encontraram em Hanover para a inauguração de uma importante feira de informática. Durante a reunião, a chanceler disse que a solução para o problema cambial depende de um fortalecimento do G20 (bloco das maiores economias mundiais). Ela alertou o Brasil e outros países contra o protecionismo.

"Precisamos ser capazes de confiar uns dos outros, precisamos ser capazes de confiar em um marco justo de condições", disse Merkel.

O Brasil e outros países têm pedido à Europa que se empenhe mais na estabilização do euro, antes que o Fundo Monetário Internacional concorde em liberar mais verbas para os países endividados que usam a moeda europeia.

"A presidente brasileira falou de um 'tsunami de liquidez' e expressou suas preocupações", disse Merkel. Na semana passada, durante a cúpula da UE em Bruxelas, a governante alemã disse que a Europa está empenhada em evitar a criação de novas bolhas financeiras.

O real já se valorizou cerca de 7 por cento neste ano, contribuindo com a perda de competitividade das exportações brasileiras e com uma inundação de produtos importados. Na segunda-feira, a moeda teve desvalorização de 0,25 por cento, cotada a 1,7353 por dólar.


Ao mesmo tempo, Merkel se queixou de barreiras comerciais nos países emergentes. "Por outro lado, vemos que há protecionismo e medidas unilaterais", disse ela, referindo-se a queixas de companhias europeias contra as alíquotas de importação brasileiras.

Antes da reunião com Merkel, Dilma disse que o Brasil continua disposto a adotar novas medidas para impedir a excessiva valorização do real, já que os países desenvolvidos continuam inundando o sistema financeiro global com dinheiro barato.

De acordo com Dilma, a adoção de juros baixos para estimular as economias europeias equivale a uma "forma artificial de protecionismo", já que faz o real se valorizar em comparação ao euro e ao dólar.

"Nós somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger. Vamos ver quais", afirmou Dilma, sem especificar quais medidas estão em estudo, e quando poderão ser adotadas.

A presidente fez as declarações durante a viagem à Alemanha, e o Palácio do Planalto divulgou o áudio no seu site.

Nos últimos anos, várias autoridades brasileiras tentaram esvaziar a valorização do real fazendo críticas às tendências financeiras internacionais, ou alertando que medidas restritivas estão sendo estudadas.

Dilma descartou a imposição de uma "quarentena" sobre o capital estrangeiro, com prazos mínimos para a permanência de investimentos.

Na semana passada, o Brasil ampliou a abrangência de um imposto sobre empréstimos do exterior, na esperança de limitar o afluxo de capital para o Brasil. Além disso, o Banco Central comprou dólares à vista e fez a operação conhecida como "swap cambial reverso", na expectativa de segurar o "tsunami" de dinheiro barato que ameaça varrer as economias mais pobres.

Veja também

Hanover - A chanceler alemã, Angela Merkel, disse na segunda-feira, pouco antes de se reunir com a presidente Dilma Rousseff, que compreende os problemas cambiais enfrentados pelos países emergentes em decorrência da grande oferta de dinheiro a juros baixos nas nações industrializadas.

Merkel e Dilma se encontraram em Hanover para a inauguração de uma importante feira de informática. Durante a reunião, a chanceler disse que a solução para o problema cambial depende de um fortalecimento do G20 (bloco das maiores economias mundiais). Ela alertou o Brasil e outros países contra o protecionismo.

"Precisamos ser capazes de confiar uns dos outros, precisamos ser capazes de confiar em um marco justo de condições", disse Merkel.

O Brasil e outros países têm pedido à Europa que se empenhe mais na estabilização do euro, antes que o Fundo Monetário Internacional concorde em liberar mais verbas para os países endividados que usam a moeda europeia.

"A presidente brasileira falou de um 'tsunami de liquidez' e expressou suas preocupações", disse Merkel. Na semana passada, durante a cúpula da UE em Bruxelas, a governante alemã disse que a Europa está empenhada em evitar a criação de novas bolhas financeiras.

O real já se valorizou cerca de 7 por cento neste ano, contribuindo com a perda de competitividade das exportações brasileiras e com uma inundação de produtos importados. Na segunda-feira, a moeda teve desvalorização de 0,25 por cento, cotada a 1,7353 por dólar.


Ao mesmo tempo, Merkel se queixou de barreiras comerciais nos países emergentes. "Por outro lado, vemos que há protecionismo e medidas unilaterais", disse ela, referindo-se a queixas de companhias europeias contra as alíquotas de importação brasileiras.

Antes da reunião com Merkel, Dilma disse que o Brasil continua disposto a adotar novas medidas para impedir a excessiva valorização do real, já que os países desenvolvidos continuam inundando o sistema financeiro global com dinheiro barato.

De acordo com Dilma, a adoção de juros baixos para estimular as economias europeias equivale a uma "forma artificial de protecionismo", já que faz o real se valorizar em comparação ao euro e ao dólar.

"Nós somos uma economia soberana. Tomaremos todas as medidas para nos proteger. Vamos ver quais", afirmou Dilma, sem especificar quais medidas estão em estudo, e quando poderão ser adotadas.

A presidente fez as declarações durante a viagem à Alemanha, e o Palácio do Planalto divulgou o áudio no seu site.

Nos últimos anos, várias autoridades brasileiras tentaram esvaziar a valorização do real fazendo críticas às tendências financeiras internacionais, ou alertando que medidas restritivas estão sendo estudadas.

Dilma descartou a imposição de uma "quarentena" sobre o capital estrangeiro, com prazos mínimos para a permanência de investimentos.

Na semana passada, o Brasil ampliou a abrangência de um imposto sobre empréstimos do exterior, na esperança de limitar o afluxo de capital para o Brasil. Além disso, o Banco Central comprou dólares à vista e fez a operação conhecida como "swap cambial reverso", na expectativa de segurar o "tsunami" de dinheiro barato que ameaça varrer as economias mais pobres.

Acompanhe tudo sobre:Angela MerkelCâmbioGoverno DilmaPersonalidadesPolíticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame