Economia

Mercado reduz expectativa inflacionária nos próximos 12 meses

É possível interpretar esse dado como um efeito da atuação mais agressiva do Banco Central nos juros e do corte de gastos do governo

A luta do Banco Central é para reduzir as expectativas inflacionárias (.)

A luta do Banco Central é para reduzir as expectativas inflacionárias (.)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2010 às 13h30.

São Paulo - Numa primeira passada de olhos, o boletim Focus do Banco Central (BC) traz um cenário ruim para a inflação. A estimativa para o IPCA neste ano aumentou pela 17ª semana consecutiva - agora em 5,54% -, se distanciando cada vez mais do centro da meta de 4,5%.

"Tal sequência de aumentos se igualou à observada em 2002, quando as expectativas de IPCA avançaram por 17 semanas consecutivas", alerta a LCA Consultores, em relatório divulgado nesta segunda-feira (17).

Porém, o documento salienta um ponto que deve ser comemorado. A mediana suavizada das estimativas para o IPCA nos próximos 12 meses baixou de 4,83% para 4,81%. Trata-se de um recuo tímido, é verdade, mas pode ser interpretado como um efeito da atuação mais agressiva do BC, que elevou os juros em 0,75 ponto percentual na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em abril.

É preciso aguardar o comportamento do boletim Focus nas próximas semanas para constatar se a tendência é duradoura ou se foi apenas um soluço, mas essa dado não deixa de ser uma boa notícia.

Neste cenário, não se pode ignorar a decisão do governo de anunciar mais um corte no orçamento em pleno ano eleitoral. Embora vários analistas tenham criticado o montante (R$ 10 bilhões), a medida foi recebida com alívio pelos diretores do BC. O simples fato de que as políticas monetária e fiscal parecem caminhar na mesma direção pode diminuir as expectativas inflacionárias dos agentes do mercado. E, por tabela, reduzir a magnitude do aperto dos juros.  

Leia mais: Mercado volta a elevar projeção para o PIB em 2010

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