Boletim Focus: BC destacou que vê queda forte do PIB na primeira metade deste ano (Cesar Okada/Getty Images)
Reuters
Publicado em 18 de maio de 2020 às 09h05.
Última atualização em 18 de maio de 2020 às 09h19.
A perspectiva de contração da economia brasileira neste ano ultrapassou 5% na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, com alta no cenário para o dólar e taxa básica de juros ainda mais baixa.
O levantamento semanal apontou que a expectativa agora é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 5,12% em 2020, de uma queda de 4,11% estimada antes. Para 2021, segue o cenário de um crescimento de 3,20%.
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - em 2020. A mediana para o IPCA neste ano foi de alta de 1,76% para 1,59%. Há um mês, estava 2,23%. A projeção para o índice em 2021 passou de 3,25% para 3,20%. Quatro semanas atrás, estava em 3,40%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2022 e 2023, que seguiu em 3,50%.
A projeção para a inflação está abaixo do centro da meta de 2020, de 4,00%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
Pela terceira semana seguida, os economistas consultados reduziram a perspectiva para a taxa de juros Selic, chegando agora a 2,25%, de 2,50%. Para o ano que vem, eles ainda veem os juros a 3,50%.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, também passou a ver os juros básicos em 2,25% neste ano, de 2,50% na semana anterior. Para 2021, a conta caiu a 3,50%, de 3,88% antes na mediana das projeções.
Na semana passada, o BC destacou que vê queda forte do PIB na primeira metade deste ano, seguida de uma recuperação gradual a partir do terceiro trimestre, repetindo a mensagem em que indicou um novo ajuste de, no máximo, 0,75 ponto percentual à frente após baixar a Selic a 3%.
Com o dólar batendo recordes sucessivos ante o real, a pesquisa com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa é de que a moeda norte-americana alcance 5,28 reais no fim de 2020 e 5 reais em 2021, de 5 e 4,83 reais previstos anteriormente.