Economia

Mercado aposta em Selic a 8,25% em setembro, mostra Focus

Economistas ouvidos pelo Banco Central afirmaram que o Copom manterá o ritmo de corte dos juros básicos no próximo mês, com inflação e economia fracas

Copom: mediana das expectativas continuou mostrando que a taxa de juros fechará este ano a 7,50 por cento, patamar que deve permanecer até o fim de 2018 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Copom: mediana das expectativas continuou mostrando que a taxa de juros fechará este ano a 7,50 por cento, patamar que deve permanecer até o fim de 2018 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Reuters

Publicado em 14 de agosto de 2017 às 09h51.

São Paulo - O mercado precificou de vez que o Banco Central manterá o ritmo de corte dos juros básicos no próximo mês, em meio ao cenário de inflação e atividade econômica fracas, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central nesta segunda-feira.

O levantamento, que ouve cerca de uma centena de economistas todas as semanas, mostrou que a Selic deve ir a 8,25 por cento em setembro, sobre 8,38 por cento esperados até então, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

A mediana das expectativas continuou mostrando que a taxa de juros fechará este ano a 7,50 por cento, patamar que deve permanecer até o fim de 2018.

No fim do mês passado, o Copom reduziu a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, para os atuais 9,25 por cento, e sinalizou que deve manter o ritmo no curto prazo.

O Focus mostrou ainda que as expectativas sobre a alta do IPCA subiram ligeiramente para este ano, a 3,50 por cento, ante 3,45 por cento, permanecendo em 4,20 por cento em 2018.

Nos dois casos, as contas continuaram abaixo do piso da meta oficial de inflação, de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em julho, a inflação voltou a ganhar algum impulso, mas ainda dando conforto para que o BC continue no seu caminho de redução dos juros básicos.

O IPCA subiu 0,24 por cento no mês passado, acima do esperado e puxado pelos preços maiores de energia elétrica e dos combustíveis. No acumulado de 12 meses, subiu 2,71 por cento.

Para a atividade econômica, os economistas mantiveram a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano a 0,34 por cento, depois de dois anos seguidos de recessão, e a 2 por cento em 2018.

No entanto, passaram a ver melhor desempenho para a produção industrial, com expansão de 1,03 por cento neste ano, ante 0,81 por cento antes.

Para 2018, no entanto, as contas recuaram um pouco, com crescimento esperado de 2,01 por cento, frente a 2,06 por cento.

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