Economia

Membros do Syriza chegaram a traçar plano para deixar o euro

De acordo com informações do jornal britânico Financial Times, o plano incluía a detenção do presidente do Banco Central grego e um pedido de ajuda à Rússia


	Manifestante carrega bandeiras da Grécia e da União Europeia
 (Yannis Behrakis/Reuters)

Manifestante carrega bandeiras da Grécia e da União Europeia (Yannis Behrakis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2015 às 08h36.

São Paulo - Membros de um grupo mais à esquerda no partido governista grego Syriza traçaram um plano que incluía a detenção do presidente do Banco Central da Grécia, o esvaziamento dos cofres da casa da moeda para pagar contas mais urgentes do governo e um pedido de ajuda à Rússia, segundo o jornal britânico Financial Times. 

Os elementos desse plano foram discutidos por membros da Plataforma Esquerda, uma ala do Syriza, em 14 de julho, após um encontro da União Europeia em que não houve avanços entre Atenas e os credores, levando muitos no partido a se sentir "desesperados", diz o periódico em reportagem.

Os planos foram trazidos à tona a partir de entrevistas com os presentes, bem como com graduadas autoridades gregas e jornalistas simpáticos ao partido que esperavam do lado de fora em busca de informações, diz o FT. O líder do grupo seria Panayotis Lafazanis, ex-ministro da Energia e do Meio Ambiente e líder da Plataforma Esquerda.

Ele acabou perdendo o posto no governo, após votar contra as reformas exigidas pelos credores como contrapartida para dar mais ajuda ao país. Na reunião, Lafazanis teria proposto que o governo tomasse o controle da casa da moeda, onde a maior parte das reservas do país é mantida.

Com isso seriam pagos salários do setor público e as pensões, além de combustível e alimentos enquanto Atenas se preparava para abandonar o euro e lançar um novo dracma. O BC perderia imediatamente sua independência e ficaria sob controle estatal.

Lafazanis não atendeu os pedidos do FT para comentar o assunto. Ele visitou Moscou três vezes como enviado do primeiro-ministro Alexis Tsipras após o Syriza chegar ao poder, em janeiro.

Em retorno por fechar um novo projeto de gasoduto, ele esperava receber pelo menos 5 bilhões de euros adiantados de taxas de transporte do gás, segundo pessoas ouvidas pelo FT. Os russos, porém, rejeitaram o acordo, uma semana antes do encontra da UE, diz o jornal britânico.

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