Meirelles: queremos ser totalmente previsíveis
Presidente do Banco Central rebateu críticas de analistas que apontaram incoerência entre ações e divulgações da autoridade monetária
Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2010 às 13h34.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou, nesta sexta-feira (13/08), que um dos grandes desafios da autoridade monetária no atual momento do país é buscar um ambiente de transparência no cenário de decisões tomadas. "Queremos assegurar uma estabilidade econômica tal que nos permita ser totalmente previsíveis", afirmou.
Meirelles criticou o fato de que, muitas vezes, analistas do mercado observam as atas e relatórios do Comitê de Política Monetária (Copom) e fazem suas projeções para os ajustes futuros nas taxas de juros sem entender a real função das informações divulgadas pelo BC.
Ele fez referência à observação de analistas de que teria havido inconsistência entre as informações do relatório de inflação concluído em 18 de junho e publicado no dia 30 do mesmo mês e a ata do Copom divulgada fim de julho.
Segundo o chefe da autoridade monetária, estes documentos não são uma avaliação "online, em tempo real, da economia, e nem dão sinais do que será feito adiante." Na última reunião do Copom, o BC elevou a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, reduzindo o ritmo de aperto monetário. Entretanto, diversos analistas, com base nas duas divulgações anteriores, apostavam ainda em uma alta mais forte, como as anteriores, de 0,75 ponto percentual.
"Se o BC toma uma decisão diferente da prevista, considera-se que a política foi mal conduzida. Não deve ser assim. O banco deve pautar suas decisões na inflação, nas metas estabelecidas previamente, e não nas expectativas", disse Meirelles durante seminário do BC.
Segundo o presidente da autoridade monetária, o país caminha para um momento de estabilidade e transparência nas decisões no qual "todos os analistas vão acertar os resultados com antecedência. Não é a situação da economia mundial hoje, nem da brasileira, mas estamos caminhando nesta direção. Nossa economia já é uma das mais seguras", afirmou.
Como exemplo desta estabilidade, Meirelles citou o notório desempenho do país durante a crise mundial. Antes dos problemas, o país vinha de uma fase de mais de 60 meses de expansão contínua. "Além disso, tivemos a menor recessão dentre todos os países, apenas cinco meses. Depois, retomamos a expansão continuada."
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