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Meirelles: horizonte para planejar importa mais que juro

São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ser "inevitável" que o prosseguimento de políticas macroeconômicas responsáveis no Brasil deve gerar custos mais baixos para o governo e a sociedade no longo prazo. "Muito mais importante do que a gestão da taxa de juro real da economia é o alongamento do horizonte […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ser "inevitável" que o prosseguimento de políticas macroeconômicas responsáveis no Brasil deve gerar custos mais baixos para o governo e a sociedade no longo prazo. "Muito mais importante do que a gestão da taxa de juro real da economia é o alongamento do horizonte de planejamento das empresas e famílias". O presidente do BC destacou que a estabilidade e a maior previsibilidade do curso do nível de atividade viabiliza aumento dos investimentos das empresas e, por consequência, maior crescimento do País.

Meirelles lembrou que de 1980 a 2003, o Brasil registrou uma taxa de expansão média do PIB de 2% ao ano. Esse período poderia ser dividido em duas etapas, sendo que do início da década de 1980 até meados de 1994, o Brasil vivia sob o signo da hiperinflação, o que propiciava um ambiente muito desfavorável de negócios e incertezas com relação à evolução dos preços. Com a adoção do Plano Real, em 1994, o Brasil sufocou o processo de hiperinflação e começou a registrar níveis baixos de inflação, embora até janeiro de 1999 o regime de câmbio semifixo tenha levado o BC a adotar taxas de juros de dois dígitos, o que ajudou a provocar níveis de expansão muito fracos do PIB. Em 1999, com o regime de câmbio flutuante, o sistema de metas de inflação e maior rigor fiscal, o País começou a melhorar seus fundamentos macroeconômicos, o que foi essencial para o atual governo registrar maiores taxas de crescimento.

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Meirelles destacou que de 2006 a 2008, com a economia bem mais estável e mais previsível o País apresentou avanço médio de 5% ao ano.

Custo fiscal

Meirelles disse que o custo fiscal que o Brasil registrou em relação aos efeitos da crise internacional sobre o País foi bem baixo em comparação às nações que compõem o G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo). "O Brasil (registrou) o menor porcentual de aumento da dívida pública líquida em relação ao PIB entre todos os países do G-20", afirmou, em palestra numa solenidade realizada em São Paulo, referindo-se aos impactos da crise de crédito internacional.

Meirelles destacou que nos Estados Unidos a dívida pública estava em 40% do Produto Interno Bruto (PIB) antes da crise eclodir em 2008 e deve subir 30 pontos porcentuais e atingir 70% do PIB. Ele também citou que o Reino Unido é outro país que registrou aumento substancial da dívida em razão da crise financeira global.

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