Economia

Meirelles fala sobre as consequências negativas do protecionismo

O ministro da Fazenda falou no primeiro dia de reunião financeira do G-20 sobre a experiência do Brasil de fechar a economia

Meirelles: o ministro deu seu testemunho na reunião (Christopher Goodney/Bloomberg)

Meirelles: o ministro deu seu testemunho na reunião (Christopher Goodney/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de março de 2017 às 18h19.

Baden-Baden - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta sexta-feira, 17, que aproveitou o primeiro dia da reunião financeira do G-20 (os 20 maiores países do mundo) na Alemanha para dar o testemunho do Brasil sobre as consequências negativas do protecionismo.

"Foi mais do que uma opinião, dei nossa experiência prática", afirmou em coletiva de imprensa realizada após a primeira parte do encontro.

Um dos maiores debates no grupo é sobre a posição dos Estados Unidos a favor do protecionismo, em direção contrária ao que o G-20 vinha pregando nos últimos anos.

Meirelles relatou que o dia hoje foi para que todos apresentassem sua situação econômica, sobre o meio ambiente, reformas e posições sobre alguns temas.

"O que eu disse ao G-20 é que Brasil teve experiência de fechar economia. O Brasil já passou por protecionismo, e o resultado disso não foi positivo", relatou. "Passamos a nossa experiência", continuou.

Comunicado

A possibilidade de uma mudança no teor de alguns pontos-chave do comunicado que será divulgado neste sábado, 18, após a reunião financeira do G-20 não deve ser vista com surpresa, se for realmente confirmada, segundo Meirelles.

De acordo com ele, desta vez, existe, de fato, uma posição diferente do governo americano a respeito de temas como meio ambiente e proteção comercial.

Questionado sobre se esse não seria um retrocesso para a imagem do grupo, e que uma mudança poderia ser simbólica neste momento, Meirelles disse que "não há dúvida" a esse respeito e, considerou, na sequência, que os Estados Unidos são um país importante.

Ele lembrou que é fato que o documento apenas apresenta declarações em consenso e que, se não houver consenso sobre estes temas, realmente eles não estarão descritos no comunicado.

O teor completo do documento ainda não foi fechado.

O ministro ressaltou que também não deve ser vista como uma surpresa essa posição norte-americana, já que os assuntos estavam sobre a mesa desde a campanha do novo presidente do país, Donald Trump.

"Não se trata de algo novo que apareceu no G-20. A posição aqui foi até mais moderada", analisou.

Para ele, o G-20 é maior do que esse episódio. "O grupo não se restringe a isso, pois o G-20 é um órgão importante. Já houve um tempo que era o G-7 e o papel do G-20 agora é avançar nas discussões", afirmou, acrescentando que não é papel do grupo discutir a nova administração dos EUA.

O ministro disse ainda que esse fato não altera a soberania de cada país dentro do grupo.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraG20Henrique MeirellesProtecionismo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor