Economia

Risco político ameaça medidas fiscais no Brasil, diz Fitch

Apesar dos esforços do governo Temer, reformas econômicas ainda estão sob risco das incertezas políticas, segundo a Fitch


	Fitch: para agência, medidas propostas por Temer demonstram boa vontade, mas podem ser insuficientes
 (Matt Lloyd/Bloomberg)

Fitch: para agência, medidas propostas por Temer demonstram boa vontade, mas podem ser insuficientes (Matt Lloyd/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2016 às 15h56.

São Paulo - Apesar do comprometimento renovado do governo interino de Michel Temer em focar na consolidação fiscal, as incertezas políticas continuam altas o suficiente para afetar o conteúdo, escopo e ritmo das reformas, afirma a Fitch.

Em relatório, a agência de classificação de risco avalia que as iniciativas anunciadas pelo governo "sugerem uma tentativa coesa de controlar o gasto público, embora possam não ser suficientes para atingir uma rápida consolidação fiscal e estabilizar os crescentes encargos do governo".

No entanto, a política fiscal "ainda é sujeita ao risco político, uma vez que a estabilidade e durabilidade da coalizão do governo interino não é garantida, assim como sua capacidade de implementar reformas econômicas", afirma o documento. "A popularidade do governo Temer permanece relativamente baixa e as investigações da Lava Jato são uma fonte contínua de perturbações política.

Além disso, "a tolerância pública à forte austeridade fiscal pode ser restringida pela profunda e prolongada contração econômica e também pelo crescimento do desemprego."

A agência de rating afirma que a aprovação de um novo déficit primário para 2016, de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), é um "fraco ponto de partida" para a consolidação fiscal, e projeta que a relação entre dívida e PIB suba a 80% em 2017. A dinâmica da dívida não deve se estabilizar sem o estabelecimento de um superávit primário e de maior crescimento econômico, nota a Fitch, acrescentando esperar que o País cresça 0,5% em 2017.

"Uma estabilização política que se traduza em implementação efetiva de políticas e reduza os desequilíbrios macroeconômicos, incluindo a criação de uma maior confiança da estabilização do déficit público, pode estabilizar a perspectiva do rating soberano BB, atualmente negativa. Já a deriva política e a incapacidade de implementar medidas que melhorem a perspectiva das finanças públicas e do crescimento podem ser negativas para a nota de crédito."

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingEmpresasFitchMDB – Movimento Democrático BrasileiroMichel TemerPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor