Economia

Medidas brasileiras prejudicam batatas argentinas

A paralisação da fábrica da cidade de Balcarce, a 380 quilômetros de Buenos Aires, obriga seus 700 empregados a se dedicarem a "outras tarefas"

A fábrica da Mc Cain na Argentina, fornece batatas congeladas e preparadas para fritura para as redes de fast food McDonald"s, Burger King e Bob"s (Ulrik De Wachter / Stock Xchng)

A fábrica da Mc Cain na Argentina, fornece batatas congeladas e preparadas para fritura para as redes de fast food McDonald"s, Burger King e Bob"s (Ulrik De Wachter / Stock Xchng)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 15h06.

Buenos Aires - A empresa canadense Mc Cain suspendeu a produção da grande fábrica de batatas congeladas que possui na Argentina devido às barreiras alfandegárias que impedem sua exportação ao Brasil no marco das disputas comerciais entre ambos países.

A paralisação da fábrica da cidade de Balcarce, a 380 quilômetros de Buenos Aires, obriga seus 700 empregados a se dedicarem a "outras tarefas" à espera que o Brasil permita a entrada de caminhões que permanecem na fronteira, disse Claudio Ribero, executivo da Mc Cain a emissoras de rádio locais.

"O Brasil suspendeu as licenças de importação, motivo pelo qual interrompemos os envios ao país. Pararam vários de nossos caminhões na fronteira", acrescentou sem dar mais detalhes.

A fábrica da Mc Cain na Argentina, junto com a que possui a holandesa Farm Frites, fornece batatas congeladas e preparadas para fritura para as redes de fast food McDonald"s, Burger King e Bob"s.

O Brasil suspendeu as licenças automáticas de importação para uma dezena de produtos perecíveis argentinos, entre eles, maçãs, trigo, uvas passas e batatas, em represália a medidas similares aplicadas pelo governo argentino.

A Argentina suspendeu nos últimos anos as licenças automáticas e em fevereiro passado aplicou ainda um sistema de controle que retarda as compras no exterior dentro de uma política de substituição de importações em favor da indústria nacional.

Na segunda-feira passada, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e seu colega argentino, Héctor Timerman, disseram em Brasília que ambos países se comprometeram a começar a resolver seus conflitos comerciais em "questão de dias", apoiados em uma firme "vontade política".

Estados Unidos, Japão e a União Europeia junto com outros países apresentaram queixas contra a Argentina perante a Organização Mundial do Comércio (OMC).

No final do mês de março, a Argentina divulgou um comunicado no qual ressalta que "chama a atenção" que as acusações perante a OMC "tenham sido colocadas por países que aumentaram suas exportações" ao mercado argentino em 25% em 2011, "superando seu nível médio de exportações ao resto do mundo". 

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