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Marinho diz que relatório da reforma será votado até o começo de junho

O secretário Rogério Marinho afirmou que o Brasil deve enfrentar dificuldades a partir do segundo semestre caso a reforma da Previdência não seja aprovada

O secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, participa de seminário sobre Previdência, na Câmara dos Deputados (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2019 às 13h59.

Rio — O secretário Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, afirmou nesta quinta-feira, 9, não ter dúvidas que o relatório da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência será votado na Comissão Especial da Câmara dos Deputados no fim de maio ou no princípio de junho.

"Não tenho dúvida que, no final de maio, princípio de junho, estaremos votando o relatório", disse Marinho, em palestra na abertura do 31º Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio.

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Na palestra, no dia seguinte à longa audiência na Comissão Especial com a participação de Marinho e do ministro da Economia, Paulo Guedes, o secretário especial comparou a reforma da Previdência a um remédio para crianças.

"Ontem, a apresentação (na Comissão Especial) mostrou que a mensagem que é dada para a Nova Previdência é que ela é como se fosse um remédio para criança. Ela pode até não gostar do gosto do remédio, mas aquilo vai fazer com que ela cresça, se restabeleça", comentou Marinho.

O secretário especial afirmou não ter dúvidas de que o relatório da reforma será votado no fim de maio ou início de junho. Na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou a jornalistas que a expectativa é de aprovação da reforma na Casa num "prazo razoável".

"As pessoas precisam entender que se o Brasil continuar como está e se não conseguirmos levar a cabo a reforma que estamos propondo... vamos ter sérias dificuldades a partir do segundo semestre", disse Marinho em evento no Rio de Janeiro.

Marinho frisou que o Brasil precisa voltar a um ciclo virtuoso de crescimento, mas que essa transformação passa pela reestruturação fiscal.

"Basta ver o boletim Focus, que já dá um frisson com reavaliação toda hora na expectativa do PIB. E veja como está o mercado de trabalho", completou ele, destacando que é a reestruturação fiscal que dará confiança e previsibilidade ao país.

As expectativas do mercado para o crescimento econômico do Brasil vêm sofrendo sucessivas reduções. A pesquisa Focus mais recente realizada pelo Banco Central com uma centena de economistas mostrou que os analistas consultados veem expansão de 1,49 por cento em 2019, indo a 2,50 no próximo ano.

Em audiência pública na comissão especial que analisa a proposta na Câmara dos Deputados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a proposta de nova Previdência ataca privilégios e uma dinâmica de transferência perversa de renda em contraposição ao modelo atual, mas não mencionou, num primeiro momento, a economia que o governo almeja com a investida.

Na palestra, Marinho voltou a defender a reforma da Previdência. O secretário reafirmou que as mudanças preservarão os mais pobres, que serão os mais beneficiados pela "higidez fiscal", e alertou que, caso a reforma não seja aprovada, os investimentos públicos poderão chegar a zero em 2022 e "vamos ter sérias dificuldades a partir do segundo semestre".

Guedes

O secretário especial de Trabalho e Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, avaliou de forma positiva a audiência de quarta-feira na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que analisa a proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma da Previdência. Marinho e o ministro da Economia, Paulo Guedes, fizeram apresentações e responderam questionamentos dos deputados.

Para o secretário, após a participação inicial, Guedes não precisará fazer novas apresentações na Comissão, pois os debates poderão ser conduzidos pelos técnicos do ministério.

"Ontem, foi uma abertura positiva. Acho que o ministro não precisará mais ir naquele ambiente", disse Marinho, em palestra na abertura do 31º Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio.

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