Economia

Mantega prevê superávit de 3,3% do PIB em 2010

Por Adriana Fernandes e Fabio Graner Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará um grande esforço para transmitir uma imagem de austeridade fiscal em 2010, mesmo diante do fato de que renúncias fiscais e aumentos de despesas correntes já estão contratadas para o ano eleitoral. Ele se comprometeu a cumprir a meta mais […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Adriana Fernandes e Fabio Graner

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fará um grande esforço para transmitir uma imagem de austeridade fiscal em 2010, mesmo diante do fato de que renúncias fiscais e aumentos de despesas correntes já estão contratadas para o ano eleitoral. Ele se comprometeu a cumprir a meta mais alta de superávit primário - economia para pagar juros da dívida -, de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010, sem utilizar os abatimentos permitidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Tudo isso tem base na aposta de recuperação das receitas, já que o País deverá crescer em ritmo bem mais acelerado.

Ao mesmo tempo em que quer entregar um resultado fiscal mais "robusto", Mantega não quer tirar o pé do acelerador dos investimentos públicos. Afinal, as obras garantem expansão maior da economia brasileira e reforçam os dividendos eleitorais. Por isso, apesar de perseguir o cumprimento da meta, a equipe econômica sabe que poderá abater 0,65% do PIB em obras do PAC previstas no Orçamento de 2010. Há ainda a possibilidade de deduzir os chamados "restos a pagar" referentes a 2009, que podem somar 0,4% do PIB.

O governo também dispõe de mais de 0,5% do PIB no Fundo Soberano do Brasil (FSB). O fundo não foi usado neste ano de crise, mas por várias vezes a equipe econômica sinalizou que pretende utilizá-lo em 2010, apesar da expectativa de incremento na atividade econômica. O resgate do FSB é contabilizado como receita primária, o que permitiria ampliar gastos públicos. A utilização do FSB, no entanto, não é pacífica. Os críticos argumentam que não faz sentido sacar essa poupança de natureza anticíclica em contexto de crescimento econômico.

Fontes da área técnica da equipe, entretanto, preferem focar o discurso na aposta da retomada da arrecadação e também na desaceleração do ritmo de crescimento das despesas, já que os maiores gastos previstos foram feitos em 2009. Essa combinação, avaliam, colocaria as contas públicas em uma situação mais confortável e tornam factível o cumprimento da meta. Mantega enfatiza o compromisso com o alvo de 3,3% do PIB para o superávit e se sente "responsável" no governo por entregar esse resultado.

 

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