Renegociação de crédito é natural em tempos de crise, diz BB
A inadimplência da carteira renegociada da instituição, considerando atrasos acima de 90 dias, porém, recuou, de 14,2% em março para 12,8% em junho
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2015 às 15h22.
São Paulo - O crescimento do volume de crédito renegociado é natural diante de um cenário desafiador, de acordo com Bernardo de Azevedo Silva Rothe, gerente Geral da Unidade Relações com Investidores do Banco do Brasil .
"Neste trimestre, realmente, tivemos um crescimento maior, mas nosso índice de carteira renegociada ainda é menor que o dos demais pares, o que acontece também com a inadimplência desta carteira, que é mais arriscada", explicou ele, em teleconferência com analistas e investidores, nesta sexta-feira, 14.
De abril a junho, o saldo final de créditos renegociados por atraso subiu 58%, para R$ 13,7 bilhões em um ano. Esse montante representa 1,9% da carteira total do BB, abaixo da média de 3,5% dos pares privados, conforme o banco.
A inadimplência da carteira renegociada da instituição, considerando atrasos acima de 90 dias, porém, recuou, de 14,2% em março para 12,8% em junho. O indicador médio dos pares privados, conforme o BB, passou de 25,0% para 22,4%, na mesma base de comparação.
"O objetivo do banco é recuperar os créditos que têm emprestado. É um trabalho contínuo, de bastante esforço", destacou Rothe.
Segundo ele, não fosse esse esforço o índice de inadimplência da carteira de crédito total poderia ter sido pior. O indicador de calotes, que considera atrasos acima de 90 dias, foi a 2,04% ao final de junho contra 2,05% em março. Em um ano, quando estava em 1,99%, entretanto, foi vista piora de 0,06 p.p.
O BB encerrou ontem a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto do País no segundo trimestre, ao anunciar lucro líquido ajustado de R$ 3,040 bilhões no período, expansão de 1,3% em 12 meses, quando ficou em R$ 3,002 bilhões. No semestre, foi a R$ 6,065 bilhões, aumento de 11,5% em um ano.
Depósitos judiciais
O valor que pode ser atingido pela lei complementar dos depósitos judiciais é de apenas 2,1% da captação total do Banco do Brasil, de acordo com José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores da instituição.
"Essa medida não é nova. É uma discussão que já vem há bastante tempo. Já estamos nos preparando sob o ponto de vista de liquidez para quando isso acontecer", explicou ele em teleconferência.
Segundo o executivo, a saída desses recursos - a lei permite a Estados e municípios utilizarem recursos dos depósitos judiciais e uma parte viria do montante administrado pelo BB - não ocorre de uma só vez. "É um procedimento operacional pesado que está envolvido nisso e que leva um tempo até ser materializado", acrescentou ele.
Coelho explicou ainda que a principal destinação dos recursos de depósitos judiciais que Estados e municípios podem dispor é para o pagamento de precatórios. De acordo com ele, neste caso, o banco também pode fazer um trabalho de captação em cima dos beneficiários, a exemplo do que já foi feito em alguns Estados que tiveram essa possibilidade.
"É uma medida que acompanhamos há bastante tempo. Iniciamos nossos preparativos com tempo suficiente, então, a mensagem que trazemos em relação a isso é de bastante tranquilidade", destacou Coelho.
Sobre o possível aumento da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Bernardo Rothe disse que o que existe hoje é apenas um relatório que tem de passar por todas as comissões ainda. Por isso, ele considerou ser difícil avaliar o que vai acontecer com a alíquota a ser paga pelos bancos.
"Não temos feito nenhuma divulgação de impactos no BB porque vamos esperar, como foi no caso de depósito judicial, antes de ter especulação sobre o fato. É difícil falar se vai ser 20%, 23% de CSLL, se o benefício do juros sobre capital próprio (JCP) será tirado. Não sabemos ainda. Depende das discussões no Congresso", disse o gerente Geral da Unidade Relações com Investidores do BB.
São Paulo - O crescimento do volume de crédito renegociado é natural diante de um cenário desafiador, de acordo com Bernardo de Azevedo Silva Rothe, gerente Geral da Unidade Relações com Investidores do Banco do Brasil .
"Neste trimestre, realmente, tivemos um crescimento maior, mas nosso índice de carteira renegociada ainda é menor que o dos demais pares, o que acontece também com a inadimplência desta carteira, que é mais arriscada", explicou ele, em teleconferência com analistas e investidores, nesta sexta-feira, 14.
De abril a junho, o saldo final de créditos renegociados por atraso subiu 58%, para R$ 13,7 bilhões em um ano. Esse montante representa 1,9% da carteira total do BB, abaixo da média de 3,5% dos pares privados, conforme o banco.
A inadimplência da carteira renegociada da instituição, considerando atrasos acima de 90 dias, porém, recuou, de 14,2% em março para 12,8% em junho. O indicador médio dos pares privados, conforme o BB, passou de 25,0% para 22,4%, na mesma base de comparação.
"O objetivo do banco é recuperar os créditos que têm emprestado. É um trabalho contínuo, de bastante esforço", destacou Rothe.
Segundo ele, não fosse esse esforço o índice de inadimplência da carteira de crédito total poderia ter sido pior. O indicador de calotes, que considera atrasos acima de 90 dias, foi a 2,04% ao final de junho contra 2,05% em março. Em um ano, quando estava em 1,99%, entretanto, foi vista piora de 0,06 p.p.
O BB encerrou ontem a temporada de balanços dos grandes bancos de capital aberto do País no segundo trimestre, ao anunciar lucro líquido ajustado de R$ 3,040 bilhões no período, expansão de 1,3% em 12 meses, quando ficou em R$ 3,002 bilhões. No semestre, foi a R$ 6,065 bilhões, aumento de 11,5% em um ano.
Depósitos judiciais
O valor que pode ser atingido pela lei complementar dos depósitos judiciais é de apenas 2,1% da captação total do Banco do Brasil, de acordo com José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores da instituição.
"Essa medida não é nova. É uma discussão que já vem há bastante tempo. Já estamos nos preparando sob o ponto de vista de liquidez para quando isso acontecer", explicou ele em teleconferência.
Segundo o executivo, a saída desses recursos - a lei permite a Estados e municípios utilizarem recursos dos depósitos judiciais e uma parte viria do montante administrado pelo BB - não ocorre de uma só vez. "É um procedimento operacional pesado que está envolvido nisso e que leva um tempo até ser materializado", acrescentou ele.
Coelho explicou ainda que a principal destinação dos recursos de depósitos judiciais que Estados e municípios podem dispor é para o pagamento de precatórios. De acordo com ele, neste caso, o banco também pode fazer um trabalho de captação em cima dos beneficiários, a exemplo do que já foi feito em alguns Estados que tiveram essa possibilidade.
"É uma medida que acompanhamos há bastante tempo. Iniciamos nossos preparativos com tempo suficiente, então, a mensagem que trazemos em relação a isso é de bastante tranquilidade", destacou Coelho.
Sobre o possível aumento da Contribuição Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Bernardo Rothe disse que o que existe hoje é apenas um relatório que tem de passar por todas as comissões ainda. Por isso, ele considerou ser difícil avaliar o que vai acontecer com a alíquota a ser paga pelos bancos.
"Não temos feito nenhuma divulgação de impactos no BB porque vamos esperar, como foi no caso de depósito judicial, antes de ter especulação sobre o fato. É difícil falar se vai ser 20%, 23% de CSLL, se o benefício do juros sobre capital próprio (JCP) será tirado. Não sabemos ainda. Depende das discussões no Congresso", disse o gerente Geral da Unidade Relações com Investidores do BB.