Economia

Maduro pede que Venezuela enfrente “tempestade” econômica

"Temos de fixar grandes metas nacionais para o trabalho, prosperidade e paz política dos venezuelanos", disse o presidente


	O presidente venezuelano Nicolás Maduro: "2016 não será fácil"
 (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS)

O presidente venezuelano Nicolás Maduro: "2016 não será fácil" (Carlos Garcia Rawlins/REUTERS)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2016 às 22h31.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu hoje (15) aos venezuelanos que se concentrem "nas grandes metas nacionais para o trabalho, prosperidade e paz política", de modo a enfrentar uma "tempestade" econômica e um ano de 2016 difícil.

"Temos de fixar grandes metas nacionais para o trabalho, prosperidade e paz política dos venezuelanos. Grandes metas que preservem a vida constitucional da nação", disse Nicolás Maduro.

Maduro discursou na Assembleia Nacional, em Caracas, durante a prestação anual de contas, perante um parlamento que, pela primeira vez em 16 anos, é de maioria oposicionista ao seu governo.

"2016 não será fácil", afirmou, questionando os venezuelanos sobre o que querem: se "a paz do país" ou "uma escalada de violência"; se um país que "tome um rumo de desenvolvimento crescente" ou que a economia "se afunde e entre numa situação catastrófica".

Segundo Nicolás Maduro, a Venezuela enfrenta "uma verdadeira tempestade", com uma redução de 70% das receitas do país, devido à queda dos preços do petróleo, uma alta inflação, ausência de um aparelho produtivo, falta de um espírito nacional de cooperação no setor privado, que "está em greve de investimento", e um ataque à moeda nacional, desde os EUA à Colômbia.

Nicolás Maduro chegou ao parlamento no fim da tarde, onde iniciou o discurso convocando o povo e parlamentares a respeitar as forças políticas, instituições, poderes públicos e a não cair "na tentação de uma contrarrevolução".

"Depois de 17 anos de revolução pacífica, democrática, hoje estamos chegando a um parlamento em que, por graça da Constituição, no meio de plenas liberdades, a oposição conquistou uma maioria (parlamentar) que hoje exerce.

" Maduro acrescentou que, durante quase duas décadas, a oposição tem acusado os socialistas de pretenderem instalar "um regime tirânico, ditatorial, que nega as liberdades".

De acordo com o presidente, "na Venezuela, na profundidade do povo, surgiu um líder (Hugo Chávez), um modelo revolucionário que não poderão (os opositores) fazer desaparecer de nenhuma maneira, nem com uma intervenção imperial (estrangeira)".

Nicolás Maduro propôs a criação de uma "comissão" para investigar a violência ocorrida em 2014 na Venezuela, defendendo que se devem castigar os responsáveis.

"Proponho que estabeleçamos uma comissão nacional de justiça, verdade e paz paritária, que seja presidida por um venezuelano de confiança pública e que se criem as bases legais e jurídicas para um processo de paz e que não se imponha a visão de perdão dos vitimários a eles mesmos", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCrise econômicaNicolás MaduroPolíticosVenezuela

Mais de Economia

Contas externas têm saldo negativo de US$ 3,1 bilhões em novembro

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025