Exame Logo

Macron pede fim de pactos comerciais com quem não respeita Acordo de Paris

O presidente francês afirmou que vai negociar apenas questões pontuais com Donald Trump, que deixou o Acordo de Paris no início de seu mandato

Macron: o presidente disse que não haverá grandes acordos com os EUA caso eles não se adequem ao Acordo de Paris (Carlo Allegri/Reuters)
E

EFE

Publicado em 25 de setembro de 2018 às 17h26.

Última atualização em 25 de setembro de 2018 às 17h34.

Nações Unidas - O presidente da França, Emmanuel Macron , pediu nesta terça-feira que os líderes presentes na Assembleia Geral da ONU não assinem acordos comerciais com países que não respeitam o Acordo de Paris sobre a Mudança Climática e também defendeu uma reforma do G7 para incluir a África nas discussões sobre o combate à desigualdade no mundo.

"Devemos estar mais de acordo com os compromissos que assumimos. Não assinemos mais acordos comerciais com os países que não respeitem o Acordo de Paris", disse Macron durante discurso na Assembleia Geral da ONU, aberta nesta terça-feira, em Nova York.

Veja também

Convencido de que os efeitos do aquecimento global afetam especialmente os países mais pobres, Macron fez uma firme defesa do pacto assinado em 2015 na capital francesa e pediu aos participantes da Assembleia Geral para não colaborarem comercialmente com aqueles que não lutam em favor do meio ambiente.

Perguntado posteriormente em entrevista coletiva se essa postura significa que a França não assinará pactos com os Estados Unidos, Macron disse que está disposto a seguir trabalhando com o presidente americano, Donald Trump, em questões comerciais pontuais.

"O que significa que não haverá grandes acordos se eles não se adequarem ao Acordo de Paris e aos nossos objetivos", afirmou.

Os EUA, ainda sob o governo Barack Obama, foram um dos principais patrocinadores do Acordo de Paris. Trump, porém, retirou o país do tratado pouco depois de assumir o poder. Os únicos que não haviam aderido inicialmente ao pacto eram Nicarágua e Síria, mas ambos decidiram posteriormente assiná-lo, deixando os americanos isolados.

Ainda no discurso na Assembleia Geral, Macron propôs a criação de um mecanismo coletivo para reduzir as desigualdades. O trabalho seria comandado pela própria ONU, mas em conjunto com a Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e com a Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além disso, Macron defendeu a aprovação de uma reforma do G7 na próxima reunião do grupo, em setembro, na França. A ideia do presidente francês visa encontrar melhores fórmulas de coordenação entre os países desenvolvidos e subdesenvolvidos, dando voz à África em debates como o combate às desigualdades.

"Não queremos que os países ricos definam sozinhos o modelo do mundo, isso é antiquado", afirmou.

Macron também reiterou apoio ao multilateralismo, alegando que a alternativa seria um sistema baseado na "lei do mais forte". "Isso nos colocará em um conflito de todos contra todos, que afetaria inclusive a quem se considere mais forte", ressaltou.

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalEmmanuel MacronEstados Unidos (EUA)França

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame