Economia

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Presidente afirmou que vai congelar despesas, se necessário. Ele afirmou ainda que país pode 'quebrar' se gastos forem maior que arrecadação

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Lula: governo atual enfrenta muitos desafios em diversos setores (Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 22 de julho de 2024 às 13h47.

Última atualização em 22 de julho de 2024 às 13h52.

Tudo sobreLuiz Inácio Lula da Silva
Saiba mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que ele e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda terão de chegar a um acordo sobre o nome do novo presidente do Banco Central, enquanto os investidores avaliam se a mudança poderá influenciar a política monetária do país.

Lula disse a repórteres em Brasília nesta segunda-feira que espera escolher um candidato que seja tecnicamente competente, além de honesto e sério. O indicado deve demonstrar autonomia tanto em termos de comportamento quanto de respeito, disse Lula, ao mesmo tempo que reforçou suas preocupações com o crescimento da economia.

“Estamos trabalhando para reduzir a taxa de juro, que o grande impeditivo do crescimento mais vigoroso do Brasil é a taxa de juro mais cara do mundo”, disse Lula. “Daí a relevância da nossa seriedade na questão fiscal, mas a relevância de o Banco Central pensar um pouco nesse país e não só na sua função dentro do Banco Central.”

Segundo a agência Reuters, o presidente afirmou que "sempre que precisar bloquear, nós vamos bloquear", em referência a necessidade de congelar despesas quando necessário. "O mesmo dinheiro que você precisa cortar agora, você pode não precisar cortar daqui a dois meses, depende da arrecadação", informou a agência.

O chefe do Executivo afirmou ainda que, se gastar mais do que arrecada, o país "vai quebrar".

O petista disse que é importante ajudar a economia a crescer e a redistribuir a riqueza, além de controlar a inflação. “A minha responsabilidade com inflação é maior que a de qualquer cidadão que você pode imaginar no mundo”, disse Lula.

Os investidores ainda precificam aumento da Selic este ano em meio à incerteza sobre a política monetária no Brasil, tendo em vista que o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, irá acabar no fim do ano. Lula, que pediu juros menores para impulsionar o crescimento, irá escolher um novo presidente do BC e, também, mais dois diretores — o que significa que o Copom passará a ter a maioria dos membros nomeados por ele.

O Copom deve manter a taxa de juro estável em 10,5% na próxima semana, pela segunda reunião consecutiva. Economistas aumentaram as estimativas para inflação em 2024 a 4,05%, acima da meta de 3%, de acordo com a pesquisa Focus publicada pelo BC hoje.

Acompanhe tudo sobre:Luiz Inácio Lula da SilvaBanco CentralFernando HaddadGoverno LulaMinistério da Fazenda

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor