Líderes mundiais priorizam o combate à fome e à pobreza em 2005

Cidadãos e lideranças de 50 países concordam: combater a fome e reduzir a pobreza devem ser as prioridades mundiais neste ano. A percepção foi constatada em duas pesquisas realizadas pelo Instituto Gallup a pedido do Fórum Econômico Mundial, cujo encontro anual ocorrerá entre 26 e 30 de janeiro, em Davos (Suíça). A primeira pesquisa ouviu uma amostra de 60 000 pessoas em meia centena de países. A segunda entrevistou 2 000 líderes mundiais das áreas de negócios, política, sociedade civil, universidades e mídia.

Entre as lideranças, a criação de uma parceria global de ajuda aos países pobres e não desenvolvidos foi citada como prioridade por 32% dos participantes da pesquisa. A erradicação da fome e da pobreza extrema vem em seguida, com 30% das respostas. A conservação do meio ambiente foi citada por 16% das lideranças mundiais. A taxa é semelhante à dos que destacaram a universalização do ensino (17%) como a grande prioridade de 2005.

Segundo os organizadores da pesquisa, há importantes diferenças entre a avaliação dos líderes empresariais e representantes de outras áreas. Para 35% dos executivos entrevistados, precisa ser prioridade o desenvolvimento de parcerias globais. Já para as lideranças não empresariais, essa iniciativa é a mais relevante para 26%.

Na avaliação dos representantes da sociedade civil, como políticos e acadêmicos, o ano precisa ser dedicado à redução da fome e da pobreza (33% das citações). No mundo dos negócios, essa medida foi destacada por 28% dos participantes. A conservação do meio ambiente também é mais importante para quem está fora do mundo dos negócios (20% das respostas) do que para quem está dentro (14% das citações), de acordo com a pesquisa.

Consenso

As prioridades dos líderes mundiais coincidem com a dos cidadãos. Segundo a pesquisa, 14% dos 60 000 entrevistados elegeram a eliminação da fome e da pobreza como a prioridade deste ano. A mesma quantidade de pessoas (14%) destacou o combate ao terrorismo como o assunto que merece mais atenção em 2005, à frente da redução dos conflitos armados (13%).

Para o presidente-executivo do Fórum, Klaus Schwab, os temas ligados ao terrorismo e à guerra surgem com força na pesquisa, já que, em conjunto, representam 27% das respostas. "O interessante é perceber que tanto os líderes quanto os cidadãos destacam a erradicação da pobreza e da fome como as ações prioritárias", diz.

A pesquisa também indicou diferenças entre as regiões. Os cidadãos da Europa Ocidental priorizam a redução dos conflitos armados (17% das respostas). Já os latino-americanos, previsivelmente, defendem o fim da pobreza e da fome (30%). Entre os americanos, a maior preocupação é o combate ao terrorismo (26%), enquanto os asiáticos destacam a criação de mecanismos de apoio ao crescimento econômico (21%).