Guedes: ministro informou que valores liberados podem chegar a R$ 30 bilhões (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Reuters
Publicado em 23 de julho de 2019 às 18h43.
Última atualização em 23 de julho de 2019 às 19h22.
Brasília — O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 23, que o governo vai liberar cerca de 30 bilhões de reais das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) este ano.
Em 2020, haverá uma nova liberação da ordem de 12 bilhões de reais, disse Guedes.
"O governo passado soltou só inativas, nós vamos soltar ativas e inativas", afirmou Guedes a jornalistas. "Eles soltaram uma vez só, nós vamos soltar para sempre, todo ano vai ter."
No começo da semana o Ministério da Economia cogitava limitar o valor dos saques a R$ 500 para cada conta. O valor máximo seria para contas ativas (dos contratos atuais) e inativas (de contratos inativos).
O limite de R$ 500 para este ano seria uma forma de atender à construção civil. Um dos principais apoiadores do setor é o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. No Ministério da Economia, porém, há quem acredite que um valor tão baixo vai ter pouco efeito na atividade econômica neste ano.
Na semana passada, a história era outra. Guedes havia confirmado que o governo estudava liberar até 35% das contas ativas e inativas do FGTS. Também estava sendo estudada uma forma de limitar o saque total em caso de demissão sem justa causa, mas que haveria uma compensação ao permitir que o trabalhador sacasse uma parcela do fundo todo ano no mês de aniversário.
Segundo o ministro, a liberação teria potencial de injetar R$ 42 bilhões na economia. Em seguida, o Ministério da Economia afirmou que havia refeito os cálculos e que deveriam ser liberados R$ 30 bilhões.
Na segunda-feira, (22), o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que a liberação de recursos teria um impacto “considerável” e “substancial” na economia brasileira.
O anúncio era para ser feito na semana passada, em meio à solenidade de 200 dias de governo Bolsonaro, mas o setor da construção civil pressionou preocupado que a retirada dos recursos poderia reduzir o uso do FGTS como fonte para financiamentos para os setores imobiliário, de saneamento básico e infraestrutura a juros mais baixos. O anúncio deve ser feito na quarta-feira (24), às 16 horas.