Leste Europeu sofre impacto negativo de possível Brexit
Os antigos países comunistas da UE ficaram mais parecidos com uma zona proibida no momento em que os investidores se preparam para o referendo do Reino Unido
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 21h54.
Os antigos países comunistas da União Europeia ficaram mais parecidos com uma zona proibida no momento em que os investidores se preparam para o referendo do Reino Unido , que decidirá sobre a permanência no bloco.
O Commerzbank rebaixou os títulos da Polônia, da Hungria e da Croácia nesta semana dizendo que estes países são os mais vulneráveis aos riscos da Brexit. A recomendação de reduzir posições surge depois de o Citigroup destacar o zloty como a moeda mais atingida por uma possível perda de subsídios, e o Société Générale emitiu um alerta sobre os títulos locais húngaros e o forint, a moeda local, antes do referendo do Reino Unido, em 23 de junho.
“Na minha opinião, é provável que os mercados negociem com cautela até 23 de junho, razão pela qual realizei os ajustes”, disse Simon Quijano-Evans, estrategista-chefe para mercados emergentes do Commerzbank em Londres. “Acredito que estes países terão um desempenho inferior aos demais”.
Os estrategistas se tornaram mais cautelosos em relação ao Leste Europeu porque a possível saída britânica ameaça bilhões de euros em financiamentos da UE utilizados pelos países mais pobres para a construção de rodovias e para outras obras de infraestrutura.
Além disso, a chamada Brexit poderia limitar o volume de recursos enviado por trabalhadores do Leste Europeu no Reino Unido a seus países em caso de restrição à migração.
Os títulos da Polônia, da Hungria e da Romênia apresentaram desempenho inferior ao da maioria de seus pares do mercado emergente, neste mês, em meio aos alertas dos banqueiros centrais quanto à possibilidade de o referendo gerar turbulência no mercado.
Dependência da UE
Quijano-Evans reduziu sua recomendação para os títulos da Polônia em moeda local para underweight para igualar sua posição em eurobonds do país. Ele rebaixou as notas da Hungria em moeda estrangeira e em forint, assim como os eurobonds croatas, para market weight, segundo um relatório de 27 de abril. A corretora elevou as dívidas domésticas brasileira e tailandesa para market weight.
A Brexit apresenta riscos por causa das “implicações negativas que poderia oferecer aos recursos provenientes do orçamento da UE e também para as remessas líquidas”, disse Quijano-Evans em 28 de abril.
A Polônia, a Hungria, a Romênia e a República Checa utilizam os subsídios da UE para sustentar seu crescimento. Com uma economia de US$ 545 bilhões e 38 milhões de habitantes, a Polônia deverá receber 114,7 bilhões de euros (US$ 130 bilhões) em recursos entre 2014 e 2020, maior volume entre todos os 28 estados do bloco, mostra o site da UE. O Reino Unido foi o terceiro maior colaborador líquido em 2014, adicionando 7,1 bilhões de euros ao orçamento, segundo dados do Tesouro do país, em Londres.
Porto seguro
Embora a saída britânica da UE tenha uma “importância marginal”, os ativos locais na Europa Central e no Leste Europeu são vulneráveis à Brexit, o que pode enfraquecer temporariamente sua percepção de porto seguro na comparação com seus pares dos mercados emergentes, disse o Société Générale em um relatório, em março.
Luis Costa, do Citigroup, disse que a Brexit adiciona outra “camada de complexidade” à Polônia, onde os instrumentos de renda fixa já não são bem negociados e “as políticas econômicas ainda flertam com medidas pouco abertas ao mercado”.
A moeda da Polônia está registrando o pior desempenho entre os principais mercados emergentes neste mês, com uma queda de 3,7 por cento em relação ao euro. Os títulos soberanos denominados em zloty deram aos investidores prejuízos de 4,5 por cento em dólares em abril, maior percentual entre 31 países no índice Bloomberg Emerging Market Local Sovereign. As notas romenas e húngaras também registraram declínio, contrastando com os ganhos obtidos pelos papéis da Turquia e da Rússia.
“Por enquanto, acho que tudo isso é relacionado ao sentimento, ao medo do desconhecido”, disse Richard Segal, analista de mercados emergentes em Londres da Manulife Asset Management, que dá preferência aos ativos sérvios e croatas e está menos otimista em relação à Polônia.
Os antigos países comunistas da União Europeia ficaram mais parecidos com uma zona proibida no momento em que os investidores se preparam para o referendo do Reino Unido , que decidirá sobre a permanência no bloco.
O Commerzbank rebaixou os títulos da Polônia, da Hungria e da Croácia nesta semana dizendo que estes países são os mais vulneráveis aos riscos da Brexit. A recomendação de reduzir posições surge depois de o Citigroup destacar o zloty como a moeda mais atingida por uma possível perda de subsídios, e o Société Générale emitiu um alerta sobre os títulos locais húngaros e o forint, a moeda local, antes do referendo do Reino Unido, em 23 de junho.
“Na minha opinião, é provável que os mercados negociem com cautela até 23 de junho, razão pela qual realizei os ajustes”, disse Simon Quijano-Evans, estrategista-chefe para mercados emergentes do Commerzbank em Londres. “Acredito que estes países terão um desempenho inferior aos demais”.
Os estrategistas se tornaram mais cautelosos em relação ao Leste Europeu porque a possível saída britânica ameaça bilhões de euros em financiamentos da UE utilizados pelos países mais pobres para a construção de rodovias e para outras obras de infraestrutura.
Além disso, a chamada Brexit poderia limitar o volume de recursos enviado por trabalhadores do Leste Europeu no Reino Unido a seus países em caso de restrição à migração.
Os títulos da Polônia, da Hungria e da Romênia apresentaram desempenho inferior ao da maioria de seus pares do mercado emergente, neste mês, em meio aos alertas dos banqueiros centrais quanto à possibilidade de o referendo gerar turbulência no mercado.
Dependência da UE
Quijano-Evans reduziu sua recomendação para os títulos da Polônia em moeda local para underweight para igualar sua posição em eurobonds do país. Ele rebaixou as notas da Hungria em moeda estrangeira e em forint, assim como os eurobonds croatas, para market weight, segundo um relatório de 27 de abril. A corretora elevou as dívidas domésticas brasileira e tailandesa para market weight.
A Brexit apresenta riscos por causa das “implicações negativas que poderia oferecer aos recursos provenientes do orçamento da UE e também para as remessas líquidas”, disse Quijano-Evans em 28 de abril.
A Polônia, a Hungria, a Romênia e a República Checa utilizam os subsídios da UE para sustentar seu crescimento. Com uma economia de US$ 545 bilhões e 38 milhões de habitantes, a Polônia deverá receber 114,7 bilhões de euros (US$ 130 bilhões) em recursos entre 2014 e 2020, maior volume entre todos os 28 estados do bloco, mostra o site da UE. O Reino Unido foi o terceiro maior colaborador líquido em 2014, adicionando 7,1 bilhões de euros ao orçamento, segundo dados do Tesouro do país, em Londres.
Porto seguro
Embora a saída britânica da UE tenha uma “importância marginal”, os ativos locais na Europa Central e no Leste Europeu são vulneráveis à Brexit, o que pode enfraquecer temporariamente sua percepção de porto seguro na comparação com seus pares dos mercados emergentes, disse o Société Générale em um relatório, em março.
Luis Costa, do Citigroup, disse que a Brexit adiciona outra “camada de complexidade” à Polônia, onde os instrumentos de renda fixa já não são bem negociados e “as políticas econômicas ainda flertam com medidas pouco abertas ao mercado”.
A moeda da Polônia está registrando o pior desempenho entre os principais mercados emergentes neste mês, com uma queda de 3,7 por cento em relação ao euro. Os títulos soberanos denominados em zloty deram aos investidores prejuízos de 4,5 por cento em dólares em abril, maior percentual entre 31 países no índice Bloomberg Emerging Market Local Sovereign. As notas romenas e húngaras também registraram declínio, contrastando com os ganhos obtidos pelos papéis da Turquia e da Rússia.
“Por enquanto, acho que tudo isso é relacionado ao sentimento, ao medo do desconhecido”, disse Richard Segal, analista de mercados emergentes em Londres da Manulife Asset Management, que dá preferência aos ativos sérvios e croatas e está menos otimista em relação à Polônia.