Ministério de Minas e Energia: secretário avaliou que foi uma surpresa o bônus de assinatura de R$ 8 bilhões, arrecadado com os blocos marítimos (Pilar Olivares/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 29 de março de 2018 às 14h05.
O secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, avaliou que foi uma surpresa o bônus de assinatura de R$ 8 bilhões, arrecadado com os blocos marítimos da 15ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Felix destacou que a meta para o ano era arrecadar R$ 7 bilhões com os leilões, o que foi extrapolado apenas nesta etapa da rodada. "Extrapolou meu otimismo", disse o secretário, que afirmou que a meta será revista.
O secretário estimou que o Brasil pode arrecadar até R$ 12 bilhões se forem somadas as próximas rodadas e os dois blocos que foram excluídos deste leilão pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na visão do ministro, a atratividade do leilão é resultado de mudanças promovidas pelo governo, como alterações na política de conteúdo local, no Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de Bens Destinados à Exploração e à Produção de Petróleo e Gás Natural (Repetro) e o estabelecimento de um calendário de leilões da ANP.
Na próxima segunda-feira (2), o Ministério de Minas e Energia deve se reunir com técnicos do Tribunal de Contas da União para buscar uma solução para os dois blocos excluídos do leilão. Ambos localizados na Bacia Santos, os blocos correspondiam a 75% do valor de bônus de assinatura inicialmente previsto pelo leilão.
"A gente vai fazer um esforço muito grande para oferecê-los no leilão de junho. A gente já sabe de antemão que são de grande interesse, então, já garante o sucesso", disse o secretário, que representou o ministro Fernando Coelho Filho.
Além do bom resultado do leilão como um todo, o secretário também comemorou o destaque da Bacia de Campos, que teve um ágio de 680% nos nove blocos arrematados. Esses blocos somaram a maior parte do bônus de assinatura do leilão, com R$ 7,5 bilhões. "A Bacia de Campos está muito viva", disse.
Na saída do leilão, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, avaliou que o leilão comprovou o interesse de grandes empresas estrangeiras pelo mercado brasileiro. "Se comprovam aquelas avaliações e previsões que fazíamos de que esta área de águas profundas brasileiras é uma área de muita atenção e atratividade no negócio de óleo e gás".
O presidente da estatal afirmou também que o ágio elevado neste leilão se deve às boas avaliações que as empresas interessadas fizeram dos blocos disponíveis. "Houve uma disputa muito grande naquela área, muitas empresas de porte mundial concorreram. Isso mostrou que há uma avaliação de todas as empresas de que são áreas com boas perspectivas".
Parente também considerou uma oportunidade a Petrobras participar de consórcios em que a estatal não será a operadora. "Isso é da regra do jogo. A oportunidade de ter uma Exxon como operadora em um bloco em que somos participantes vai trazer para nós uma experiência nova, pode agregar muito conhecimento e muita técnica diferente daquelas que eventualmente utilizamos".
O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Jorge Camargo, também comemorou o resultado do leilão e afirmou que o Brasil volta a ocupar uma posição de destaque no setor.
"O resultado mostra que o Brasil não é apenas o pré-sal e que existem boas oportunidades no pós-sal. O resultado mostrou também que há uma multiplicidade de empresas interessadas no Brasil e que o elevado valor dos bônus é uma indicação de que o resultado do leilão de junho também deve ser bom".