Economia

Leilão de rodovia em SP inaugura fase de concessões de 2020

O leilão do lote Piracicaba-Panorama será realizado nesta quarta-feira e servirá de termômetro para o apetite dos investidores nos ativos estatais

Estradas: leilão do maior ativo de rodovias do país prevê investimentos de 14 bilhões de reais em 30 anos (CRMacedonio/Getty Images)

Estradas: leilão do maior ativo de rodovias do país prevê investimentos de 14 bilhões de reais em 30 anos (CRMacedonio/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 05h50.

Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às 08h25.

São Paulo — Está aberta a temporada de privatizações e concessões de 2020. Nesta quarta-feira 8, o governo do estado de São Paulo fará o leilão do maior ativo de rodovias já realizado no país.

O lote Piracicaba-Panorama (chamado de PiPa) terá os seus 1.273 quilômetros disponibilizados para a iniciativa privada, que deverá investir cerca de 14 bilhões de reais nos próximos 30 anos. A expectativa do governo paulista é grande e a maior parte das grandes operadoras do Brasil deve participar do certame: Arteris, CCR, Ecorodovias, entre outras.

Mais do que o primeiro ativo a ser concedido no mandato do governador João Doria (PSDB), a concessão de PiPa servirá como uma espécie de termômetro para a onda de desestatização que deve acontecer em 2020.

Quer dizer, essa é a vontade (e a necessidade) de governadores e do presidente Jair Bolsonaro. Além de São Paulo, estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul pretendem entregar algumas de suas rodovias para a exploração da iniciativa privada com o objetivo de arrecadar recursos para melhorar a situação fiscal.

O governo federal está ainda mais otimista para este ano. A intenção da equipe econômica e a de infraestrutura é que a concessão de sete rodovias, 22 aeroportos, nove terminais portuários e duas ferrovias gerem 101 bilhões de reais em investimentos durante a vigência dos contratos. É um número expressivo. Como comparação, em 2019, a União concedeu ou privatizou 27 ativos, que trouxeram uma arrecadação de 5,9 bilhões de reais em outorgas e têm potencial de gerar 9,4 bilhões de investimentos no longo prazo.

Na conta das outorgas, no entanto, não entra o leilão do excedente da cessão onerosa, que oferecia ao mercado a exploração de quatro áreas do pré-sal, realizado no ano passado. O episódio, aliás, frustrou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Na ocasião, a estatal Petrobras foi praticamente a única participante (as estatais chinesas CNODC e CNOOC entraram no consórcio com 5% de participação cada uma). Resultado: arrecadação 30% menor do que o esperado pelo governo. Quem sabe, a rodovia paulista pode ampliar o otimismo daqueles que querem ver o estado brasileiro mais enxuto.

Acompanhe tudo sobre:ConcessõesEstradasExame Hojesao-paulo

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor