Economia

Legislação ambiental emperra progresso no litoral de SP, diz Bolsonaro

O presidente disse que o seu interesse é preservar o meio ambiente, mas não dentro das regras atuais e citou a pesca no Vale do Ribeira como exemplo

Jair Bolsonaro: declaração aconteceu enquanto presidente passa o feriado no Guarujá (Adriano Machado/Reuters)

Jair Bolsonaro: declaração aconteceu enquanto presidente passa o feriado no Guarujá (Adriano Machado/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 22 de fevereiro de 2020 às 13h50.

Guarujá — O presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer neste sábado (22) que a legislação ambiental emperra o desenvolvimento do país. Por volta das 9h30, ele deixou o Forte dos Andradas, no Guarujá, no litoral de São Paulo, onde passa o Carnaval, e visitou duas padarias e dois supermercados da cidade.

Bolsonaro tomou café e posou para fotos com apoiadores. Na saída do último supermercado, ele vestiu um chapéu de vaqueiro que era usado por um homem e perguntou:

"Por que todo cearense tem cabeça grande, conta para gente aí", questionou.

Numa rápida entrevista na volta ao Forte, o presidente ignorou a pergunta quando foi indagado sobre o risco de a greve de policiais se espalhar pelo país.

Antes, na saída de um supermercado, Bolsonaro deu entrevista para a equipe local da TV Record. Ao comentar sobre o potencial turístico do litoral paulista, ele disse que a Baixada Santista, assim como o Vale do Ribeira, região onde foi criado, sofrem para se desenvolver por causa dos entraves ambientais.

 

"Sou de Eldorado, no Vale do Ribeira. Tem um potencial turístico enorme, a questão ambiental que atrapalha. Vão me criticar? Vão, mas podem criticar à vontade", declarou.

O presidente disse que o seu interesse é preservar o meio ambiente, mas não dentro das regras atuais. Bolsonaro destacou que antes turistas paulistas visitavam o Vale do Ribeira para pescar robalo, mas a implantação de uma estação ecológica mudou essa situação.

Os turistas, ainda segundo o presidente, alugavam barcos dos pescadores a R$ 300 ou R$ 400 por dia. Ele acrescentou que sem esse dinheiro as comunidades são obrigados a recorrer ao seguro-defeso (dinheiro pago a pescadores no período que a pesca é proibida por causa da procriação dos peixes) ou ao bolsa família.

"O Brasil não precisa, para alguns você precisa de projeto social. Mas acredito que dá para diminuir muito a quantidade de pessoas nesses programas dando oportunidade para trabalhar", afirmou.

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