Economia

Lagarde pede ação sobre reformas financeiras inacabadas

Diretora do FMI pediu aos líderes mundiais que "façam o que for necessário" para reconstruir o sistema financeiro mundial,

Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, fala durante Fórum Internacional de Tóquio (Stephen Jaffe/FMI/Divulgação/Reuters)

Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, fala durante Fórum Internacional de Tóquio (Stephen Jaffe/FMI/Divulgação/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2012 às 12h26.

Toronto - Reformas financeiras inacabadas estão afetando a recuperação em importantes partes da economia global e pesando sobre o crescimento econômico, alertou na quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.

Em um discurso em Toronto, Lagarde pediu aos líderes mundiais que "façam o que for necessário" para reconstruir o sistema financeiro mundial, que ainda se recupera da crise financeira de 2007-2009 e foi enfraquecido pela crise da dívida da zona do euro.

A crise financeira global levou a uma revisão de regras em quase todas as partes do sistema financeiro, de derivativos a exigências de capital bancárias.

Mas Lagarde disse que o sistema financeiro global ainda não está funcionando bem e que há poderosos grupos industriais trabalhando contra a implementação de novas regras.

"É interessante como alguns bancos dizem que as novas regras serão muito onerosas, mas então gastam centenas de milhões de dólares fazendo lobby para acabar com elas", disse Lagarde ao Conselho Internacional Canadense, de acordo com declarações preparadas.

Lagarde disse ser necessário avanços para instituições financeiras que são consideradas grandes demais para falir, e ela pediu a reguladores que coordenem e alinhem suas regras.

"A maioria dos países se comprometeu em adotar algumas ou todas as novas regras, e alguns avançaram ainda mais com suas próprias políticas nacionais", disse ela. "O desafio agora é prosseguir até o final do caminho da reforma em conjunto." Lagarde ainda afirmou mais tarde que cerca de 75 por cento das reformas financeiras necessárias haviam sido definidas por países, mas não implementadas.


"O que mais me preocupa é a fadiga geral" que se instalou, disse ela. "Se você me perguntar quanto foi feito, eu diria que uns 75 por cento do trabalho de reforma foi de fato preparado e feito, e estamos nesses 25 por cento de esforço final."

Lagarde recebeu bem a iniciativa de líderes da zona do euro de construir um novo sistema de supervisão bancária liderada pelo Banco Central Europeu, chamando-a de um passo na direção de uma união bancária onde países da zona do euro apoiariam credores problemáticos.

Ela afirmou que avançar na direção de uma união bancária é um passo necessário para o bloco monetário de 17 países.

Acompanhe tudo sobre:Christine LagardeCrise econômicaCrises em empresasDívida públicaEconomistasFMI

Mais de Economia

‘Se você pretende ser ‘miss simpatia’, seu lugar não é o Banco Central’, diz Galípolo

Rui Costa fala em dialogar com o mercado após dólar disparar: 'O que se cobrava foi 100% atendido'

Lula chama corte gastos de 'medida extraordinária': 'Temos que cumprir o arcabouço fiscal'