Economia

Laboratório a céu aberto na Amazônia ganha R$ 12,3 milhões do Reino Unido

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação brasileiro também liberou R$ 32 milhões para o projeto; total financiado pelos dois países chega a R$ 77 milhões

O AmazonFace é o mais ambicioso projeto já realizado na Floresta Amazônica para medir o avanço da poluição e do aquecimento do planeta (Cimone Barros / INPA/Agência Câmara)

O AmazonFace é o mais ambicioso projeto já realizado na Floresta Amazônica para medir o avanço da poluição e do aquecimento do planeta (Cimone Barros / INPA/Agência Câmara)

Agência o Globo
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Publicado em 24 de maio de 2023 às 07h19.

O projeto AmazonFace recebeu um novo aporte de 2 milhões de libras (R$ 12,3 milhões) do governo britânico, anunciou nesta terça-feira o ministro das Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento do Reino Unido, James Cleverly, em visita ao local do estudo, a 80 quilômetros ao norte de Manaus.

Na mesma visita, a Ministra de Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI), Luciana Santos, anunciou a liberação de R$ 32 milhões (antes assegurados e aprovados) para o mesmo projeto. Ao todo, considerando investimentos dos dois países, o total é de R$ 77 milhões.

O que é o AmazonFace?

O AmazonFace é o mais ambicioso projeto já realizado na Floresta Amazônica para medir o avanço da poluição e do aquecimento do planeta. Para a tarefa, coordenada pelo ecólogo David Lapola, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e por Carlos Alberto Quesada, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), torres de 16 metros vão borrifar ar enriquecido com CO2 (numa concentração 50% superior à atual) sobre áreas controladas de mata.

O estudo vai durar pelo menos uma década, e ao todo serão seis perímetros de estudo, com dezesseis torres cada. Ao centro, uma grua será usada para coletar material para as avaliações dos especialistas.

A análise tem como função principal entender qual é a potência e extensão do fenômeno chamado de “fertilização de carbono”, nome que se dá à possibilidade de que as árvores absorvam CO2 mais rápido conforme a concentração desse gás se avoluma na atmosfera. Outro desdobramento do estudo é avaliar a “transpiração” das plantas, que tende a ser menor quando há maior concentração de carbono. A “secura” das folhagens pode impactar na redução de chuvas na região.

*Enviada especial a Manaus. A repórter viajou a convite do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

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