Juros futuros ficam estáveis apesar de IPCA superar meta
Abertura do indicador mostra que houve pontos de pressão pontuais por conta da Copa do Mundo
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2014 às 16h29.
São Paulo - Apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo ( IPCA ) em 12 meses até junho ter estourado o teto da meta, ao ficar em 6,52%, as taxas futuras de juros passaram o dia de lado, inclusive com discreto viés de baixa em alguns momentos do pregão.
Além de o mercado já contar com esse fato, a abertura do indicador mostra que houve pontos de pressão pontuais por conta da Copa do Mundo.
Além disso, a deflação exibida pelo IGP-DI também veio em linha com o que projetavam os analistas e, diante deste cenário, os investidores seguem apegados à debilidade da atividade econômica para manter as taxas futuras nos patamares atuais.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa , encurtada devido do jogo do Brasil pela Copa do Mundo, o contrato de DI para janeiro de 2015 (32.145 contratos) apontava 10,77%, nivelado ao ajuste anterior.
Nos trechos intermediário e longo da estrutura a termo da curva de juros, o DI para janeiro de 2016 (34.445 contratos) marcava 11,07%, igual ao da véspera.
O DI para janeiro de 2017 (63.990 contratos) indicava 11,40%, de 11,41% no ajuste de ontem. E o DI para janeiro de 2021 (10.930 contratos) mostrava 11,89%, de 11,88% no ajuste anterior.
"No curto e médio prazos, a menos que tenhamos algum dado de inflação muito contundente, não deverá haver mudança no cenário do mercado, de que a Selic ficará estável por algum tempo", afirmou um profissional da área de renda fixa.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de junho teve alta de 0,40%, ante uma variação de 0,46% em maio.
O resultado ficou levemente acima da mediana estimada pelos analistas ouvidos pelo AE Projeções, de 0,39%.
No ano, o IPCA acumulou uma alta de 3,75%. Em 12 meses, a taxa ficou em 6,52%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%.
A inflação acumulada em 12 meses atingiu em junho o maior patamar desde junho de 2013, quando estava em 6,70%.
Metade da alta do IPCA, no entanto, teve influência direta do início da Copa do Mundo no país.
Passagens aéreas (+21,95%) e diárias de hotel (+25,33%) ficaram mais caros no mês passado, respondendo juntos por 0,20 ponto porcentual da taxa de 0,40% do IPCA do mês.
Por outro lado, o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,11% em junho, após uma alta de 0,58% em maio.
O grupo teve o menor resultado desde julho de 2013, quando registrou queda de 0,33%, e deu a principal contribuição para conter a inflação no mês, um impacto de -0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,40% do IPCA.
Outros dados de inflação conhecido hoje também vieram em linha com o previsto.
O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,63% em junho, após cair 0,45% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Já a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) desacelerou para 0,28% na primeira quadrissemana de julho, de acordo com a mesma FGV. O
resultado ficou 0,05 ponto porcentual abaixo do registrado na quarta leitura de junho, quando o indicador apresentou variação positiva de 0,33%.