Juros fecham em baixa com expectativa por ata e relatório de inflação
Mercado acredita que os documentos trarão uma avaliação benigna do atual cenário de inflação por parte dos diretores
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de março de 2018 às 17h38.
São Paulo - Os juros futuros encerraram em baixa consistente a sessão regular desta segunda-feira, 26, amparados na expectativa dos investidores pela ata do Comitê de Política Monetária ( Copom ), na terça-feira, 27, e pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira, 29, que devem endossar a mensagem do comunicado da reunião da semana passada, na qual o comitê indicou a intenção de continuar reduzindo a Selic no encontro de maio.
O mercado acredita que os documentos trarão uma avaliação benigna do atual cenário de inflação por parte dos diretores, que endossará a percepção não somente de pelo menos mais um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa, para 6,25%, como também da possibilidade de manutenção da Selic no piso histórico por um período prolongado.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 6,215%, de 6,239% no ajuste de sexta-feira; a taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 7,14% para 7,04%; e a do DI para janeiro de 2021, de 8,07% para 7,95%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 8,96%, de 9,05%.
Além da expectativa pelos documentos, o noticiário e a agenda desta segunda-feira contribuíram para direcionar as taxas, inicialmente com o resultado da pesquisa Focus, com revisões para baixo nas medianas de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2018 (de 3,63% para 3,57%) e de 2019 (4,20% para 4,10%).
No meio da manhã, veio a notícia de que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, decidiu deixar o cargo para concorrer à eleição para presidente, o que foi confirmado ao Broadcast Político (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) pelo próprio presidente Michel Temer. "Já era a intenção dele. Acertamos nesses últimos dias", afirmou Temer à reportagem.
Num primeiro momento, a informação trouxe alguma volatilidade, com redução do ritmo de queda, a partir das dúvidas sobre quem iria substituir o ministro. Depois, o ministro informou que a decisão será tomada na próxima semana.
Ele disse que ligou para o presidente Michel Temer para dizer que está "considerando" essa possibilidade. Mas logo as taxas voltaram a acelerar o recuo, logo após a notícia de que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou por unanimidade os embargos de declaração do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, ainda que este já fosse o cenário básico do mercado.