Economia

Juros e inadimplência sobem e atingem maior patamar em cinco anos, indica Banco Central

A taxa média de juro para crédito livre é a maior desde agosto de 2017 e subiu para 44,1% ao ano em novembro, alta de 1,4 ponto percentual em relação ao mês anterior

 (Gabriel Vergani / EyeEm/Getty Images)

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AO

Agência O Globo

Publicado em 27 de dezembro de 2022 às 16h34.

Última atualização em 27 de dezembro de 2022 às 16h37.

O Banco Central (BC) informou nesta terça-feira que as taxas de juro e a inadimplência cresceram no Brasil em novembro. De acordo com o BC, a taxa média de juro para crédito livre subiu para 44,1% ao ano em novembro e é o maior patamar de juros desde agosto de 2017, quando a taxa era de 45,6%.

De acordo com o BC, este patamar de novembro é 1,4 ponto percentual (p.p.) a mais que em outubro e de 10,4 p.p. em relação ao valor de novembro de 2021, quando a taxa era de 33,7% ao ano.

Já a taxa de inadimplência está em 4,3%, o patamar mais elevado desde junho de 2018, quando era de 4,4%. O indicador cresceu 0,1 p.p. em relação a outubro deste ano, quando era de 4,2%.

O aumento no custo dos juros acompanha a alta da taxa básica, a Selic. Para controlar a inflação, o Banco Central iniciou, a partir de março de 2021, um movimento de elevação da Selic, que passou para 2,75% ao ano, e atualmente está fixada em 13,75% ao ano.

Custo mais alto para famílias

O custo do crédito ficou mais caro para as famílias e está em 59% ao ano. Há 12 meses, essa taxa era de 44,4%, o que representa um avanço de 14,6 p.p. neste período. Esse é o maior custo de juros para as famílias desde agosto de 2017, quando a taxa média de juro de recursos livres bateu em 62,31% ao ano.

A taxa de juro mais cara do mercado, o rotativo do cartão de crédito, deu um alívio no mês de novembro e recuou 15,4 p.p. em relação a outubro. Ainda assim, está em 392,6% ao ano, um patamar muito elevado.

"Nesse nível de taxa de juro, que são bastante elevadas, você não vê uma relação propriamente com algo mais macroeconômico, mas talvez variações na carteira, participação de operação de custo mais elevado em outubro. São oscilações em trajetória que é de alta. Houve uma evolução de alta ao longo do ano, que foi suspensa nesse mês, mas os patamares permanecem muito elevados", observa Renato Baldini, chefe-adjunto do departamento de estatísticas do Banco Central.

Para as empresas, a taxa média de juro ficou em 23,4% ao ano em novembro, mantendo estabilidade em relação ao mês anterior, mas representando um avanço de 3,3 p.p. em relação aos últimos 12 meses.

Inadimplência

Apesar de o custo do crédito para as empresas se manter num quadro mais estável, elas estão com mais dificuldades para pagar por isso em dia. A taxa de inadimplência entre pessoas jurídicas chegou a 2,2% em novembro. Este é o maior indicador desde maio de 2020, ainda durante a pandemia, quando a inadimplência alcançou 2,4%.

No caso das famílias, há uma estabilidade nos últimos dois meses: a taxa de contas com mais de 90 dias de atraso é de 5,9%.

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