Economia

Juros dos EUA e freada na China não devem afetar o Brasil, diz UBS

A desaceleração da economia chinesa e a alta da taxa de juros nos Estados Unidos não devem provocar um impacto negativo sobre a economia mundial tampouco sobre o Brasil. A avaliação, feita pelo economista-chefe do banco suíço UBS, Klaus Wellershoff, pode servir para acalmar os ânimos de muitos investidores que mudaram suas aplicações financeiras na […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h02.

A desaceleração da economia chinesa e a alta da taxa de juros nos Estados Unidos não devem provocar um impacto negativo sobre a economia mundial tampouco sobre o Brasil. A avaliação, feita pelo economista-chefe do banco suíço UBS, Klaus Wellershoff, pode servir para acalmar os ânimos de muitos investidores que mudaram suas aplicações financeiras na semana passada em razão do anúncio, feito pelo próprio governo da China, de uma freada no crescimento econômico.

No Brasil para o lançamento da área de wealth management (gestão patrimonial de pessoa física) do banco, Wellershoff afirmou que a economia brasileira não depende tão fortemente da China a ponto de comprometer sua expansão com a desaceleração no outro lado do mundo. "O volume exportado para lá é praticamente o mesmo que o total vendido para a Argentina", afirmou o economista.

Quanto ao esperado aumento da taxa de juros básica da economia americana, Wellershoff não revela as expectativas do banco sobre a variação nem sobre quando ela ocorrerá. "Quando se fala nesse aumento é preciso ter em mente alguns pontos de forma bem clara", afirmou. Um deles é a cautela com que Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), irá realizar a mudança. "Ele não irá ignorar as expectativas do mercado fazendo uma alteração sem cautela", disse. Em segundo lugar, os juros nos Estados Unidos estão no patamar mais baixo dos últimos 46 anos. A taxa está, atualmente, em 1% ao ano e, desde 2002, não ultrapassa 2%.

Nesta terça-feira (3/5), o comitê de política monetária do Federal Reserve irá reunir-se e divulgar um novo parecer sobre a economia. A manutenção dos juros é vista de forma consensual no mercado. Muitos analistas afirmam que um aumento poderá ocorrer no início do segundo semestre.

Wealth management

Dentro da estratégia de expansão da área de wealth management do banco suíço no mundo, o Brasil se tornou o primeiro país latino-americano a ter implantada uma estrutura para esse negócio. Atuante no país como banco de investimento para pessoa jurídica, o UBS organizou uma equipe de 18 profissionais - especializados em investimentos, em administração de patrimônio como também em sucessão (organização de herança) - para atender clientes que tenham, no mínimo, 5 milhões de reais. "Não queremos concorrer com as instituições no mercado de massa", afirmou Vincent Parkin, diretor do banco. Parkin tem planos para aumentar a equipe sediada em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Atualmente, o mercado brasileiro de wealth management é estimado em aproximadamente 195 bilhões de reais. Apesar de não dispor de uma estimativa sobre quanto os brasileiros ricos investem no exterior - nas chamadas estruturas off-shore -, Parkin acredita que o mercado doméstico de gestão patrimonial deve crescer de forma acelerada. "Crescerá sempre que a economia brasileira mostrar-se em expansão." Segundo o diretor do banco, a tendência de os investimentos serem realizados no país do investidor é crescente no mundo. Em razão disso, o UBS optou pela expansão do serviço em países fora da Europa e da América do Norte. Além do Brasil, o banco já lançou a área na Austrália e em Taiwan. No mundo, o UBS administra 1,8 trilhão de dólares, sendo 1 trilhão de pessoas físicas.

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