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Jovens árabes defendem estado paternalista, diz pesquisa

Os governos continuam sendo as principais fontes de emprego, aumentando as despesas com folha de pagamento na região

Shopping na Arábia Saudita: maioria dos jovens árabes diz que é responsabilidade do governo pagar suas necessidades básicas, como educação e moradia (Tasneem Alsultan/Bloomberg)

Ligia Tuon

Publicado em 4 de maio de 2019 às 08h00.

Última atualização em 4 de maio de 2019 às 08h00.

A geração que atingiu a maioridade depois da Primavera Árabe ainda se apega às vantagens que ajudaram os estados mais ricos da região a driblar a turbulência, mesmo quando seus governos agora lidam com preços mais baixos do petróleo.

A maioria dos jovens árabes diz que é responsabilidade do governo pagar suas necessidades básicas, como educação e moradia, segundo pesquisa publicada esta semana pela agência de comunicação ASDA’A BCW, com sede em Dubai.

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Essa percepção ficou particularmente evidente entre os entrevistados do Conselho de Cooperação do Golfo, que engloba seis monarquias, incluindo a Arábia Saudita , onde cerca de 80% ou mais querem que o estado forneça benefícios, como subsídios de energia, empregos e assistência médica.

A pesquisa, que ouviu pessoas entre 18 e 24 anos, também mostrou que, pelo segundo ano consecutivo, o aumento do custo de vida e do desemprego foram apontados como as maiores preocupações no Oriente Médio. A falta de democracia ficou em oitavo lugar.

A pesquisa foi baseada em 3.300 entrevistas presenciais realizadas em janeiro em 15 países do Oriente Médio e Norte da África. Os dados não incluem a Síria ou o Catar.

A mentalidade criada por décadas de um estilo de vida apoiado em um estado paternalista mudou pouco nos quatro anos desde que o colapso dos preços do petróleo forçou os líderes do Golfo, grande fornecedor da commmodity, a reduzirem subsídios e priorizarem a reforma econômica.

O aumento da população e as perspectivas voláteis para o petróleo ainda levam governos a jogarem com um contrato social que tem garantido a estabilidade em troca da lealdade dos cidadãos e de submissão sobre a forma como são governados.

O equilíbrio pode não ser sustentável por muito tempo se as finanças públicas não corresponderem às expectativas e a antiga postura de dependência do estado prevalecer entre os jovens.

Os governos continuam sendo as principais fontes de emprego, aumentando as despesas com folha de pagamento, que tendem a responder pela maior proporção de gastos da região. A maioria dos países ainda fornece terrenos para alguns cidadãos e um empréstimo sem juros para a construção de residências.

Na Arábia Saudita, o maior país da região, quase 60% de seus cidadãos têm menos de 30 anos, o que significa que a força de trabalho do reino poderia quase dobrar até 2030, estimou a McKinsey & Co. em um relatório de 2015.

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