Economia

José Anibal critica política de incentivo ao etanol

"É um retrocesso enorme, para um país que tem biomassa e estimula consumo de gasolina importada", disse secretário de Energia do Estado de SP, José Aníbal


	Plantação de cana: Aníbal citou que 55% da matriz energética de São Paulo é renovável e que desse porcentual 33,5% vem de produtos da cana-de-açúcar
 (Mariordo / Wikimedia Commons)

Plantação de cana: Aníbal citou que 55% da matriz energética de São Paulo é renovável e que desse porcentual 33,5% vem de produtos da cana-de-açúcar (Mariordo / Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 14h12.

São Paulo - O secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, disse, nesta terça-feira, 5, que há uma "certa lassidão" do governo federal para o setor de energia renovável e fez ainda duras críticas à redução da participação do etanol para a gasolina na matriz de combustíveis.

"É um retrocesso enorme, para um país que tem biomassa e estimula consumo de gasolina importada", disse Aníbal, durante a abertura do 8º Congresso Internacional de Bioenergia, na capital paulista.

Para justificar o que classificou de retrocesso na política de incentivo ao etanol, ele mostrou um gráfico sobre a participação recente da gasolina no volume de combustíveis de motores do ciclo Otto (para veículos leves).

Os dados mostram que a fatia do combustível de petróleo saiu de 61,5%, em 2000, recuou até 43,2%, em 2009, no auge do consumo do etanol, voltou a 62% em 2012 e deve encerrar 2013 em 61%.

"É uma irracionalidade enorme com um setor (produtor de etanol) que emprega 800 mil pessoas diretamente, com todos os equipamentos produzidos aqui. Dá dó de todos nós", ironizou.

Aníbal citou que 55% da matriz energética de São Paulo é renovável e que desse porcentual 33,5% vem de produtos da cana-de-açúcar e 36,1% do petróleo.

Em 2020, a cana será responsável por 46% e o petróleo perto de 20%. "Temos iniciativas em energia renovável da cana, além do empenho em parques eólicos, em energia solar e na ampliação da energia hidrelétrica", disse. Ele calcula que São Paulo possa ainda utilizar em torno de 1,5 mi megawatt dos 4 mil mW potenciais de energia hidráulica.

Aníbal diz ter sugerido iniciativas ao governo, mas, diz, a resposta tem sido lenta. "Eles não fazem leilões por fonte (de energia) e até mesmo quando as novas hidrelétricas estão contratadas, os jornais mostram atrasos nas obras. Enquanto atrasam lá, aqui tem incentivo", concluiu.

Acompanhe tudo sobre:BiocombustíveisCombustíveisCommoditiesEnergiaEtanolGoverno

Mais de Economia

Pente-fino: Previdência quer fazer revisão de 800 mil benefícios do INSS até o fim do ano

Reino Unido tem rombo de 22 bilhões de libras em contas públicas

Dívida do governo sobe para 77,8% do PIB, maior nível desde novembro de 2021

Focus: Em semana de Copom, mercado sobe projeções do IPCA para 2024 e 2025

Mais na Exame