O artigo afirma que a União Europeia não pode ficar inerte ou tomar medidas moderadas contra o Brasil (Bruno Kelly/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de agosto de 2019 às 12h41.
Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 12h47.
Na ressaca do encontro das sete maiores economias do mundo em Biarritz, na França, o jornal belga Euobserver, um dos sites de notícias mais acessados da Bélgica com quase 700 mil acessos mensais, publicou artigo de opinião que afirma que é chegada a hora de a União Europeia aplicar sanções econômicas ao Brasil em virtude do atual contexto ambiental do País.
O artigo afirma que as queimadas na Amazônia nesta época não são novidade, mas o fato novo é "a evidente responsabilidade política da liderança brasileira por sua destruição". A publicação ressalta que em um contexto normal, poderia-se esperar um "alto senso de responsabilidade política do líder do país onde o tesouro natural está localizado, mas infelizmente, esse definitivamente não é o caso".
Na sequência, o texto discorre sobre as declarações que o presidente da República, Jair Bolsonaro, já deu sobre a região amazônica. "Bolsonaro prometeu veementemente, durante sua campanha, explorar a região e reverter medidas de proteção para a floresta e seus povos. Também prometeu acabar com a demarcação de novas terras indígenas, reduzir o poder dos órgãos ambientais e liberalizar a mineração e a agricultura industrial nas reservas indígenas", ressalta.
Diante desse contexto, o artigo afirma que a União Europeia não pode ficar inerte ou tomar medidas moderadas contra o Brasil. "É hora de tomar medidas decisivas e alertar o presidente brasileiro com a imposição de sanções consideráveis caso seu governo continue com a atual política", afirma o texto, que diz que a UE tem uma economia "muito maior que a do Brasil e uma enorme influência política para impulsionar esse caminho".
Por fim, o texto reforça que a UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, respondendo por 18,3% de seu comércio total enquanto o Brasil é o 11º parceiro comercial do bloco europeu, "respondendo por apenas 1,7% do comércio da UE em 2017". Nesse cenário, "a UE poderia absorver quaisquer efeitos negativos das sanções diversificando seu comércio com outros parceiros da América do Sul e de outras partes do mundo".