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Japão reclama da burocracia na relação com o Brasil

Vice-ministro diz que instituições continuam a agir como na época que Brasil não tinha projeção internacional

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - O vice-ministro para Relações Internacionais do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão, Hiroyuki Ishige, reclamou hoje da burocracia e de normas ultrapassadas no Brasil que atrapalham o comércio exterior e os investimentos entre os dois países. "O Brasil é uma das economias mais significativas do mundo. Porém, a nossa impressão é que algumas instituições continuam na época em que o Brasil não tinha essa projeção", criticou em entrevista coletiva após a III Reunião do Comitê Conjunto de Promoção de Comércio e Investimentos Brasil-Japão, na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)., em Brasília.

Chefiando uma missão com cerca de 80 pessoas do governo e da iniciativa privada, Hiroyuki disse que o Japão tem um forte interesse no Brasil, mas muitas empresas japonesas que estão no Brasil enfrentam dificuldades. Segundo ele, se os problemas forem solucionados, os investimentos japoneses e a transferência de tecnologia para o Brasil devem ser mais intensos. Ele se queixou do prazo de pagamento de royalties pela transferência de tecnologia de uma empresa japonesa para outra no Brasil.

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"Estas tecnologias são um esforço muito forte e de anos das empresas japonesas", afirmou. O vice-ministro disse que o prazo de cinco anos, prorrogável por mais cinco anos, é curto. "A lei brasileira é um pouco imprecisa em relação à confidencialidade que deve acompanhar este tipo de contrato. Não estabelece claramente proteção a informações importantes no âmbito da tecnologia. Removidas as restrições, acreditamos que a transferência de tecnologia se dará de maneira mais intensa e mais fluida", acrescentou.

Do lado brasileiro, o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, pediu melhoras no acesso da carne suína e do café brasileiro no mercado japonês. Segundo ele, esses produtos enfrentam barreiras sanitárias. O secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho, disse que o Brasil espera que o comércio com o Japão volte a crescer após a queda registrada no ano passado por causa da crise financeira internacional.

O comércio bilateral recuou 25% em 2009, mas já registrou um crescimento de 14% no primeiro trimestre de 2010. Em 2008, o comércio bilateral alcançou US$ 13 bilhões. "Muito provavelmente, Brasil e Japão já possam voltar a ter este ano o mesmo nível de comércio de 2008. Temos confiança de que o Japão continuará sendo um grande investidor no Brasil", afirmou Ramalho.

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