Japão entra em recessão e pode ter eleições antecipadas
O país entrou em recessão, um golpe inesperado para a política econômica do premiê Shinzo Abe, que deve adiar novo aumento de imposto e convocar eleições
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 09h09.
Tóquio - O Japão entrou em recessão no terceiro trimestre, um golpe inesperado para a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe , que assim deve adiar um novo aumento do IVA e convocar eleições legislativas antecipadas.
A terceira maior economia mundial saiu da recessão no fim de 2012, pouco antes da chegada ao poder de Abe, que iniciou uma ambiciosa política de recuperação para tentar acabar com anos de crescimento frágil e deflação.
Depois de um início promissor, com um crescimento de 1,5% no ano de 2013, a política de Abe começou a enfrentar problemas nos últimos meses.
O resultado tem relação direta com o aumento do imposto sobre o consumo (IVA) em abril, adotado para reduzir a gigantesca dívida pública do país, próxima a 250% do PIB, algo insólito entre os países desenvolvidos.
O Produto Interno Bruto (PIB) nipônico registrou contração de 0,4% no terceiro trimestre, em comparação com o período anterior, segundo dados do governo divulgados nesta segunda-feira, um resultado surpreendente, já que os economistas projetavam, em média, um crescimento de 0,5%.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2013, a contração do PIB alcança 1,6%.
No segundo trimestre do ano, o PIB já havia registrado queda de 1,9% na comparação com os três meses anteriores. No primeiro, a economia nipônica teve crescimento de 1,6%.
A Bolsa de Tóquio reagiu com extremo pessimismo ao resultado e fechou em queda de 2,96% nesta segunda-feira.
O ministro da Revitalização Econômica, Akira Amari, afirmou que a política de estímulo adotada pelo primeiro-ministro, conhecida como "abenomics", "não é um fracasso".
Amari destacou que o PIB registrou alta de 0,5% nos nove primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período de 2013.
Mas a oposição não perdoou e ressaltou que a situação demonstra os limites do 'abenomics', que estimulou os mercados, mas não teve efeito sobre a classe média.
Eleições antecipadas
A recessão é um grave revés para a política econômica de Shinzo Abe, que deve anunciar na terça-feira a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento e convocar eleições antecipadas para o próximo mês, dois anos antes do fim da legislatura. Segundo a imprensa, a votação pode acontecer em 14 ou 21 de dezembro.
"Com a forte queda do PIB na estimativa, parece provável que o primeiro-ministro Abe adie o aumento do IVA e anuncie eleições antecipadas", afirma um comunicado de Marcel Thieliant, analista da Capital Economics.
Mas com a ausência de uma oposição forte, a vitória do Partido Liberal Democrata (PLD), de Abe, é praticamente certa nas eleições antecipadas, segundo analistas políticos.
O resultado ruim do terceiro trimestre demonstra o peso do aumento do IVA em abril, quando passou de 5% a 8%. Para outubro de 2015 estava prevista um novo aumento, a 10%.
Etsuro Honda, conselheiro de Abe, descartou o novo aumento em entrevista ao Wall Street journal. Ao mesmo tempo que considerou "chocante" a queda do PIB, ele destacou que é "absolutamente necessário adotar contramedidas" no valor de três trilhões de ienes (US$ 25 bilhões).
No fim de outubro, o Banco do Japão decidiu aumentar o programa de compra de ativos, para estimular a atividade. Mas a medida veio muito tarde, segundo Honda.
Tóquio - O Japão entrou em recessão no terceiro trimestre, um golpe inesperado para a política econômica do primeiro-ministro Shinzo Abe , que assim deve adiar um novo aumento do IVA e convocar eleições legislativas antecipadas.
A terceira maior economia mundial saiu da recessão no fim de 2012, pouco antes da chegada ao poder de Abe, que iniciou uma ambiciosa política de recuperação para tentar acabar com anos de crescimento frágil e deflação.
Depois de um início promissor, com um crescimento de 1,5% no ano de 2013, a política de Abe começou a enfrentar problemas nos últimos meses.
O resultado tem relação direta com o aumento do imposto sobre o consumo (IVA) em abril, adotado para reduzir a gigantesca dívida pública do país, próxima a 250% do PIB, algo insólito entre os países desenvolvidos.
O Produto Interno Bruto (PIB) nipônico registrou contração de 0,4% no terceiro trimestre, em comparação com o período anterior, segundo dados do governo divulgados nesta segunda-feira, um resultado surpreendente, já que os economistas projetavam, em média, um crescimento de 0,5%.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2013, a contração do PIB alcança 1,6%.
No segundo trimestre do ano, o PIB já havia registrado queda de 1,9% na comparação com os três meses anteriores. No primeiro, a economia nipônica teve crescimento de 1,6%.
A Bolsa de Tóquio reagiu com extremo pessimismo ao resultado e fechou em queda de 2,96% nesta segunda-feira.
O ministro da Revitalização Econômica, Akira Amari, afirmou que a política de estímulo adotada pelo primeiro-ministro, conhecida como "abenomics", "não é um fracasso".
Amari destacou que o PIB registrou alta de 0,5% nos nove primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período de 2013.
Mas a oposição não perdoou e ressaltou que a situação demonstra os limites do 'abenomics', que estimulou os mercados, mas não teve efeito sobre a classe média.
Eleições antecipadas
A recessão é um grave revés para a política econômica de Shinzo Abe, que deve anunciar na terça-feira a dissolução da Câmara Baixa do Parlamento e convocar eleições antecipadas para o próximo mês, dois anos antes do fim da legislatura. Segundo a imprensa, a votação pode acontecer em 14 ou 21 de dezembro.
"Com a forte queda do PIB na estimativa, parece provável que o primeiro-ministro Abe adie o aumento do IVA e anuncie eleições antecipadas", afirma um comunicado de Marcel Thieliant, analista da Capital Economics.
Mas com a ausência de uma oposição forte, a vitória do Partido Liberal Democrata (PLD), de Abe, é praticamente certa nas eleições antecipadas, segundo analistas políticos.
O resultado ruim do terceiro trimestre demonstra o peso do aumento do IVA em abril, quando passou de 5% a 8%. Para outubro de 2015 estava prevista um novo aumento, a 10%.
Etsuro Honda, conselheiro de Abe, descartou o novo aumento em entrevista ao Wall Street journal. Ao mesmo tempo que considerou "chocante" a queda do PIB, ele destacou que é "absolutamente necessário adotar contramedidas" no valor de três trilhões de ienes (US$ 25 bilhões).
No fim de outubro, o Banco do Japão decidiu aumentar o programa de compra de ativos, para estimular a atividade. Mas a medida veio muito tarde, segundo Honda.