Ideli Salvatti: ministra disse que empenho das emendas vai acontecer ao longo do ano, mas haverá apelo para que maior parte seja executada no primeiro semestre (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 17h55.
Brasília - A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, anunciou nesta quarta-feira, 19, que sua pasta já recebeu os projetos de convênio e o detalhamento de mais de R$ 8,6 bilhões de emendas parlamentares individuais.
Dessa forma, segundo a ministra, os parlamentares enviaram à SRI quase a totalidade do volume total de emendas de pagamento obrigatório, nos termos do chamado Orçamento Impositivo.
Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano, deputados e senadores incluíram um dispositivo que obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares individuais no limite de 1,2% da Receita Corrente Líquida, ou cerca de R$ 8,7 bilhões.
A mesma lei também deu ao governo 120 dias - a partir da sanção do Orçamento - para que fossem indicados quais os projetos de convênios abastecidos por emendas que apresentavam algum tipo de impedimento técnico, o que demandaria o remanejamento dos recursos.
Para respeitar os prazos impostos pela LDO, a SRI editou uma portaria na qual reformulou o modelo de apresentação e processamento de emendas ao Orçamento, estabelecendo que os convênios precisariam ser detalhados pelos deputados e senadores até 20 de maio.
"O Congresso aprovou o chamado Orçamento Impositivo para as emendas e isto nos obrigou uma modificação nos procedimentos e na organização, para podermos dar conta desta nova modalidade de execução das emendas", disse Ideli nesta quarta.
A ministra também disse que o empenho das emendas - etapa necessária para o pagamento - vai acontecer ao longo do ano, mas haverá "um apelo" para que a maior parte seja executada no primeiro semestre.
Isso porque a legislação eleitoral impõe uma série de limitações ao pagamento de emendas em anos de eleição. Perguntada se o governo poderia empenhar pelo menos 50% do total de emendas ainda no primeiro semestre, como defendem os parlamentares, Ideli respondeu: "podemos chegar a isso. Mas vai depender bastante da questão econômica e da possibilidade de isso acontecer".
Ideli não disse se as emendas parlamentares seriam afetadas pelo contingenciamento do Orçamento do governo, que deve ser anunciado amanhã. Apesar disso, ela lembrou que a LDO aprovada no Congresso permite um corte proporcional nas emendas, na mesma medida em que forem congeladas despesas discricionárias do Executivo.
Execução
Até o ano passado, a liberação de emendas seguia uma lógica diferente e era espalhada ao longo. O detalhamento dos convênios - que precisa ter identificado o município ou entidade beneficiado - era enviado ao longo do ano, na medida em que a liberação dos valores era autorizada pelo Executivo. Essa lógica era criticada pelos parlamentares por dar ao governo o poder de vincular apoio a projetos de interesse à liberação de emendas. Agora, todo o processo se concentrou no início do ano.
Neste ano, os ministérios tem até 8 de maio para indicar à Secretaria das Relações Institucionais quais os convênios que apresentam problemas técnicos. Segundo exemplificou a ministra, um impedimento técnico pode ocorrer quando a emenda do parlamentar é destinada para um equipamento de saúde não comportado por uma Unidade Básica de Saúde. Esses casos, haverá a possibilidade de os valores serem remanejados.