Economia

Irlandeses protestam contra política de austeridade

Organização acredita que mais de 10 mil pessoas percorrerão as ruas da capital para enviar uma 'mensagem clara' ao Executivo


	Casa feita com dinheiro moído, em Dublin, Irlanda: desde que a Irlanda solicitou um resgate à União Europeia e ao FMI, sua cidadania confiou, em maior ou menor grau, no rumo marcado neste programa de ajuda ao governo
 (Divulgação)

Casa feita com dinheiro moído, em Dublin, Irlanda: desde que a Irlanda solicitou um resgate à União Europeia e ao FMI, sua cidadania confiou, em maior ou menor grau, no rumo marcado neste programa de ajuda ao governo (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2012 às 11h45.

Dublin - Os sindicatos irlandeses e várias organizações civis convocaram neste sábado em Dublin uma manifestação para protestar contra a política de austeridade do governo, que apresentará em 5 de dezembro seu plano orçamentário para 2013.

A organização acredita que mais de 10 mil pessoas percorrerão as ruas da capital para enviar uma 'mensagem clara' ao Executivo de coalizão entre conservadores e trabalhistas e denunciar o 'fracasso' de sua atuação perante a crise, segundo um de seus porta-vozes.

O protesto foi convocado pelos grupos 'Mostra de Desafio e Esperança' (SDH), 'Campanha Contra os Impostos da Casa e da Água' (CAH&WT), 'Comunidades Contra os Cortes' (CAC) e o 'Conselho de Dublin de Sindicatos' (DCTU).

No entanto, espera-se que se unam à marcha ainda mais associações com reivindicações de naturezas diferentes, o que pode ser visto como demonstração do crescente 'cansaço' que sentem os irlandeses perante 'a continuação da política de austeridade', explicou um porta-voz de SDH.

A manifestação começou às 11h (de Brasília) e transcorrerá durante duas horas pelo centro da cidade, até chegar à frente ao Escritório Geral dos Correios, um dos edifícios mais emblemáticos da revolução irlandesa de 1916 contra a ocupação britânica.

Desde que a Irlanda solicitou em novembro de 2010 um resgate à União Europeia (UE) e ao Fundo Monetário Internacional (FMI), quantificado em 85 bilhões de euros, sua cidadania confiou, em maior ou menor grau, no rumo marcado neste programa de ajuda ao governo.

De fato, as inspeções internacionais certificaram a cada trimestre os progressos de Dublin para alcançar todas as metas fixadas no resgate, o que do ponto de vista dos credores tornou o país um exemplo para os membros comunitários que, como a Alemanha, dizem que as políticas de austeridade funcionam.

Os sindicatos, no entanto, sustentam que o peso dos cortes recaiu principalmente sobre os mais pobres e que, perante a perspectiva de mais sacrifícios, chegou o momento de sair às ruas para exigir uma mudança.

O governo apresentará dentro de 11 dias um orçamento geral que visa a economizar 3,5 bilhões de euros através de um corte do gasto público de 2,25 bilhões de euros e da introdução de medidas fiscais com as quais espera poupar 1,25 bilhões de euros. EFE

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