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Ipea: medidas para conter consumo afetam confiança das famílias

Instituto acredita que retração na compra de bens duráveis é um reflexo das medidas tomadas pelo governo

O Índice de Expectativa das Famílias caiu entre janeiro e maio (Roberto Setton/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 18h05.

Rio de Janeiro – As medidas macroeconômicas anunciadas pelo governo para conter o consumo se refletem na diminuição do otimismo das famílias em relação à economia. Um dos principais sinais desse fenômeno é a retração na compras de bens duráveis, segundo mostrou hoje (9), o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"A pesquisa indica uma sintonia da população com as decisões do governo de desacelerar [diminuir o ritmo de crescimento] a atividade econômica", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. "As famílias estão tomando decisões que implicam postergar a aquisição de bens de consumo e reduzir o seu grau de endividamento, esperando um momento de mais confiança na economia".

Entre janeiro e maio, o IEF diminuiu de 67,2 pontos para 62,9 pontos, em uma escala de 0 a 100. O indicador mostra que as famílias ainda estão otimistas (entre 60 e 80 pontos), mas que a boa expectativa verificada no começo de janeiro, quando o indicador atingiu o patamar mais alto (67,2) desde sua criação, em agosto de 2010, está diminuindo gradualmente.

Dentre os cinco itens que compõem o IEF, a diminuição do percentual que mede a expectativa de consumo de bens duráveis é um sinal da redução da confiança no momento econômico. Em maio, 44,7% do entrevistados – o maior nível da série – disseram que aquele não era um momento adequado para a compra de bens e mais da metade apontaram na direção contrária (50,3%).

"Aumentou o contingente que acha que, agora, não é hora de comprar. [Os consumidores] Percebem que os produtos estão mais caros e não têm certeza se terão emprego e renda para pagar" disse Pochmann. "Por outro lado, acreditam na desaceleração [redução do ritmo] da inflação e querem deixar para comprar mais tarde".

Das 3,8 mil famílias entrevistadas em 200 municípios, mais da metade das famílias (56,2%) esperam melhora da economia nos próximos 12 meses – o menor nível da pesquisa. E entre os que esperam uma piora, o percentual subiu de 17,5% para 33,4%, entre janeiro e maio.

Para o presidente do Ipea, as medidas macroeconômicas também podem influenciar no planejamento de quitação de dívidas e ajudam a explicar o aumento do percentual de famílias que não terão como pagar todas as suas contas. Esse indicador subiu de 32,2% para 41,7%, entre janeiro e maio. "É um dado que revela a necessidade de diálogo entre os que ofertaram e os que tomaram crédito. Isso tem a ver com dívidas no comércio e com os bancos", avaliou Pochmann.

Embora os indicadores demonstrem um tendência de queda do otimismo na economia, o IEF também revela que 74% das famílias julgam que estão melhor financeiramente do que há um ano.

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Rio de Janeiro – As medidas macroeconômicas anunciadas pelo governo para conter o consumo se refletem na diminuição do otimismo das famílias em relação à economia. Um dos principais sinais desse fenômeno é a retração na compras de bens duráveis, segundo mostrou hoje (9), o Índice de Expectativa das Famílias (IEF), do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

"A pesquisa indica uma sintonia da população com as decisões do governo de desacelerar [diminuir o ritmo de crescimento] a atividade econômica", afirmou o presidente do Ipea, Marcio Pochmann. "As famílias estão tomando decisões que implicam postergar a aquisição de bens de consumo e reduzir o seu grau de endividamento, esperando um momento de mais confiança na economia".

Entre janeiro e maio, o IEF diminuiu de 67,2 pontos para 62,9 pontos, em uma escala de 0 a 100. O indicador mostra que as famílias ainda estão otimistas (entre 60 e 80 pontos), mas que a boa expectativa verificada no começo de janeiro, quando o indicador atingiu o patamar mais alto (67,2) desde sua criação, em agosto de 2010, está diminuindo gradualmente.

Dentre os cinco itens que compõem o IEF, a diminuição do percentual que mede a expectativa de consumo de bens duráveis é um sinal da redução da confiança no momento econômico. Em maio, 44,7% do entrevistados – o maior nível da série – disseram que aquele não era um momento adequado para a compra de bens e mais da metade apontaram na direção contrária (50,3%).

"Aumentou o contingente que acha que, agora, não é hora de comprar. [Os consumidores] Percebem que os produtos estão mais caros e não têm certeza se terão emprego e renda para pagar" disse Pochmann. "Por outro lado, acreditam na desaceleração [redução do ritmo] da inflação e querem deixar para comprar mais tarde".

Das 3,8 mil famílias entrevistadas em 200 municípios, mais da metade das famílias (56,2%) esperam melhora da economia nos próximos 12 meses – o menor nível da pesquisa. E entre os que esperam uma piora, o percentual subiu de 17,5% para 33,4%, entre janeiro e maio.

Para o presidente do Ipea, as medidas macroeconômicas também podem influenciar no planejamento de quitação de dívidas e ajudam a explicar o aumento do percentual de famílias que não terão como pagar todas as suas contas. Esse indicador subiu de 32,2% para 41,7%, entre janeiro e maio. "É um dado que revela a necessidade de diálogo entre os que ofertaram e os que tomaram crédito. Isso tem a ver com dívidas no comércio e com os bancos", avaliou Pochmann.

Embora os indicadores demonstrem um tendência de queda do otimismo na economia, o IEF também revela que 74% das famílias julgam que estão melhor financeiramente do que há um ano.

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