Economia

IPCA está em patamar confortável em relação às metas do BC, diz IBGE

De acordo com IBGE, deflação de setembro — de 0,04% — foi influenciada por aspectos pontuais

Alimentos: oferta abundante de alimentos in natura ajudou a diminuir preços (Germano Lüders/Exame)

Alimentos: oferta abundante de alimentos in natura ajudou a diminuir preços (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de outubro de 2019 às 14h55.

Última atualização em 9 de outubro de 2019 às 15h00.

São Paulo — A taxa de inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em patamar "confortável", mas a deflação do mês de setembro foi marcada por fatores pontuais, como a queda de preços de alimentos e de artigos de residência, entre eles os eletrodomésticos, avaliou Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A gente está em patamar confortável em relação às metas definidas pelo Banco Central, mais próximo do piso", lembrou Kislanov, referindo-se ao objetivo do BC de encerrar o ano com IPCA a 4,25% para 2019, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e que tem margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual.

A inflação acumulada em 12 meses passou de 3,43% em agosto para 2,89% em setembro. O IPCA de setembro de 2019 foi de -0,04%, ante uma alta de 0,48% registrada em setembro de 2018.

Em setembro deste ano, podem ter contribuído para a deflação as promoções de eletrodomésticos durante a campanha Semana do Brasil, promovida pelo varejo, além da oferta abundante de alimentos in natura.

"A gente de fato observou muitas promoções de eletrodomésticos aplicadas pelos lojistas principalmente nas duas primeiras semanas de setembro", revelou Kislanov. "A gente nota que ainda tem uma oferta elevada principalmente desses produtos, tubérculos e legumes. As flutuações quedas de preços são por conta de oferta excedente do mercado", explicou.

Kislanov confirma que não há pressão de demanda sobre o IPCA, e o arrefecimento no ritmo de alta de alguns serviços contribuíram para a deflação no último mês.

"Existem vários componentes de serviços que estão sujeitos à demanda, como alimentação fora de casa, que passou de alta de 0,53% em agosto para 0,04% em setembro. Realmente alguns serviços tiveram variação menor, e isso pode ter sido provocado por uma demanda menor", disse o analista do IBGE.

A taxa da inflação de serviços acumulada em 12 meses saiu de 3,96% em agosto para 3,59% em setembro.

"O setor de serviços tem ficado em patamar baixo, porque ele responde muito à questão de demanda. A gente nota a economia ainda em recuperação, de forma lenta e gradual, com retomada do emprego, mas principalmente na informalidade", lembrou Kislanov.

Para outubro, o IPCA deve ser aliviado pela mudança na bandeira tarifária sobre a tarifa de energia elétrica, que passa de vermelha patamar 1 para amarela: a cobrança extra sobre as contas de luz diminuem de R$ 4,00 para R$ 3,50 a cada 100 KW/h consumidos. Por outro lado, deve haver pressão do reajuste na gasolina nas refinarias anunciado pela Petrobras ao fim de setembro.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralIBGEInflaçãoIPCA

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor