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IPCA deve furar piso da meta e atingir mínima desde 1999

O IPCA de julho, divulgado nesta quarta, deve ficar em 0,18% na medição mensal e desacelerar para 2,65% no acumulado em doze meses, segundo pesquisa

Inflação: o grande destaque do IPCA devem ser os alimentos (Ricardo Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 16h42.

São Paulo - A inflação deve registrar novas mínimas e manter aberta a porta para o corte da taxa de juros, apesar de o índice mensal começar a acusar alguma pressão da alta dos combustíveis. O IPCA de julho, que será divulgado nesta quarta-feira pelo IBGE, deve ficar em 0,18% na medição mensal e desacelerar para 2,65% no acumulado em doze meses, segundo mediana das estimativas em pesquisa Bloomberg.

Se a previsão se confirmar, o IPCA ficará abaixo do piso da meta perseguida pelo Banco Central, de 3%, pela primeira vez desde 2007 e será o menor nível desde fevereiro de 1999 na comparação anual.

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Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostrou leve alta da projeção do mercado para o IPCA no final de 2017, de 3,40% p/ 3,45%, a 3ª semana de aumento.

As projeções para a taxa de juros, contudo, caíram, em sinal de que o mercado não vê a pressão inflacionária causada por preços administrados como barreira para o BC seguir flexibilizando sua política. A projeção para a taxa básica no fim deste ano passou de 8,00% para 7,50%.

IPCA de julho marca o início do efeito de repasse do aumento do PIS/Cofins sobre combustível, ainda que a parte majoritária do impacto fique para agosto. Havia um comportamento muito favorável dos preços dos combustíveis, que foi revertido de maneira drástica no final do mês, diz Flávio Serrano, economista sênior do banco Haitong, em entrevista por telefone.

Do lado positivo, o grande destaque do IPCA devem ser os alimentos. Os preços da alimentação em domicílio devem continuar com deflação bem forte, diz Marco Antônio Caruso, economista do Banco Pine.

Analistas estão vendo este número do IPCA como um piso para a comparação anual. Eles esperam que o dado de agosto, que já vai incorporar a maior parte do repasse do aumento de imposto e conta com a bandeira vermelha na energia, por exemplo, seja maior do que o de julho no comparativo mensal, apesar de ainda abaixo dos 3% no acumulado em 12 meses.

“Esse número de julho deve ser o fundo, provavelmente é o piso, e deve voltar em direção aos 4% depois, sem grandes surpresas”, diz José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, em entrevista por telefone.

O dado deve reforçar o atual cenário de inflação benigno, que permite manutenção do ritmo atual de corte da Selic, de 1 ponto percentual. “A mensagem de Copom foi que, se as condições positivas se mantiverem, o cenário-base é de manutenção do ritmo”, diz Isabela Guarino, economista da XP Gestão, em entrevista por telefone.

-(Gráfico)

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