Economia

IPCA de julho justifica decisões do Copom, diz economista

A alta dos preços justifica a postura conservadora do Banco Central. A preocupação do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto à inflação se confirmou com a divulgação nesta quarta-feira (11/8) da variação inflacionária de julho, a mais alta desde março de 2003. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços no mês […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.

A alta dos preços justifica a postura conservadora do Banco Central. A preocupação do Comitê de Política Monetária (Copom) quanto à inflação se confirmou com a divulgação nesta quarta-feira (11/8) da variação inflacionária de julho, a mais alta desde março de 2003. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços no mês passado subiram 0,91%. "O Copom foi correto ao seguir uma postura cautelosa e parar as reduções da Selic", afirma Jankiel Santos, economista do Banco ABN. As projeções de mercado para a inflação, aferidas semanalmente pelo BC, estão cada vez mais próximas dos 8% - o teto de tolerância - do que do centro da meta, de 5,5%. "A meta não é 8%", diz Santos.

Para Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, entretanto, o resultado do IPCA de julho não traz apenas notícias ruins. Segundo ele, é importante observar o comportamento do núcleo de inflação. "O IPCA-15 apontava um núcleo de 7,96% para 2004, e agora o IPCA registrou 6,8%." O melhor, porém, é que não se verificou uma deterioração inflacionária por conta do aquecimento da economia, a chamada inflação de demanda (quando os preços sobem em razão do aumento do consumo). "A inflação de julho é produto de fatores pontuais, sazonais e temporários" , diz Rosa.

O que provocou a alta

As tarifas de energia elétrica avançaram 3,67%, enquanto as de telefonia fixa subiram 4,88%. Na taxa de 0,91%, os dois preços administrados somam 0,33 ponto percentual. Para Santos, essa pressão específica deve diminuir nos próximos meses.

Considerando, junto com energia e telefonia, também as variações de gasolina (+2,46%), álcool combustível (2,61%) e alimentos (+0,67%), o peso total destes itens na inflação de julho é de 0,60 ponto percentual ou dois terços do IPCA.

"A tendência é que julho tenha sido o pico da inflação em 2004", afirma Santos, do ABN. Com uma ressalva: "A Petrobras declarou que pode reajustar mais uma vez os preços dos combustíveis. Podemos ter surpresas à frente" .

São Paulo

De todas as regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, São Paulo teve a maior taxa de inflação em julho, com 1,19%. Em termos gerais, a alta acumulada do IPCA é de 6,81% em 12 meses e 4,42% no ano em todo o país.

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