Economia

Investimentos dependem de redução de custo, diz Mantega

Um das soluções, segundo o ministro, é ter um câmbio flexível e mais desvalorizado para baratear o custo dos produtos e da mão de obra

Mantega afirmou ainda que o investimento em infraestrutura tem um importante efeito multiplicador no Produto Interno Bruto (PIB) (Abr)

Mantega afirmou ainda que o investimento em infraestrutura tem um importante efeito multiplicador no Produto Interno Bruto (PIB) (Abr)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 13h06.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira, 30, que para viabilizar os investimentos no Brasil é preciso medidas de redução de custo. "O Brasil era um País muito caro, ainda é, mas um pouco menos caro por causa do câmbio competitivo", disse.

"Com o câmbio mais desvalorizado o custo dos produtos, o custo da mão de obra em dólar fica mais barato. É uma medida importante ter um câmbio flexível e mais desvalorizado", destacou o ministro.

Mantega disse também que "nós reduzimos o custo da energia e minimizamos a elevação do custo da mão de obra". "Como temos economia com pleno emprego é natural que haja uma elevação do salário real", acrescentou.

Mantega afirmou que a absorção de toda a mão de obra disponível é uma virtude "mas também gera um problema". "Virtude porque consegue atingir o objetivo maior do trabalhador que é ter emprego e também aumenta a renda desse trabalhador, tem chance de ter mais escolaridade", disse.

"Porém o inconveniente de ter o pleno emprego é que você teve de absorver segmentos da população menos qualificados." Segundo ele, "nesse primeiro momento a produtividade do trabalho cai, mas é passageiro".

Infraestrutura

Mantega afirmou ainda que o investimento em infraestrutura tem um importante efeito multiplicador no Produto Interno Bruto (PIB). Para cada R$ 1 em investimento em infraestrutura, se eleva em R$ 3 no resultado do PIB, apontou uma planilha apresentada por ele. "Nós somos muito carentes em infraestrutura", comentou.


Ele ressaltou que os projetos moldados pelo governo federal de infraestrutura são atrativos. "A atratividade está em primeiro lugar na rentabilidade. Nós estamos definindo bases para que a rentabilidade seja alta nesse projeto", completou.

Mantega afirmou que o Tribunal de Contas exige que seja colocada uma tarifa máxima para começar o leilão. Segundo ele, a rentabilidade básica do projeto de rodovias, por exemplo, é de 15% em termos reais para o investidor, o que classificou como uma rentabilidade "bastante razoável".

Ele disse que o governo tem definido melhor as condições dos leilões para que "não tenham arestas, sejam atrativos e provoquem a concorrência".

"Há uma grande demanda para infraestrutura já instalada no País", ressaltou o ministro, que reiterou que há uma grande demanda para qualquer dos segmentos incluídos no programa de investimento em infraestrutura.

"O Brasil teve pouco investimento em infraestrutura nos últimos 30, 40 anos." Ele citou o tráfego aéreo, em que a demanda em 2002 era de 35 milhões de passageiros, passando para 100 milhões em 2012. No tráfego de rodovias, a ampliação de usuários foi de 56 milhões para 105 milhões, por exemplo.

"Estabelecemos um financiamento a partir de uma combinação de bancos públicos e bancos privados", lembrou Mantega. "De modo que possamos ter os recursos suficientes", completou. "Posso dizer que haverá recurso disponível." "Nós estamos definindo uma malha de infraestrutura totalmente interligada. Esse processo já começou, já estamos fazendo novas concessões", completou.

Ele ressaltou que "teremos uma grande rodada de petróleo com o campo de Libra e certamente terá sucesso". "Temos onze grupos grandes inscritos pra participar", disse. "Os Estados estão fazendo muitas PPPs e o governo federal fará PPPs também. Com isso a curva de investimento vai se deslocar para cima", completou.

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