As transações correntes do balanço de pagamentos apresentaram saldo positivo de 1,7 bilhão de dólares em setembro. O superávit acumulado em nove meses neste ano chega a 9,6 bilhões de dólares, o equivalente a 2,28% do Produto Interno Bruto (PIB). A informação, divulgada pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (21/10), confirma a seqüência de resultados positivos que contribuem para a redução da vulnerabilidade externa da economia. Para a corretora Fator, porém, a boa notícia foi obscurecida pelo resultado em investimentos estrangeiros diretos (IEDs).

Pelo boletim do BC, os IEDs líquidos somaram 646 milhões de dólares em setembro, atingindo 12,4 bilhões de dólares no ano. Além de ter voltado a cair, o resultado está abaixo da média do ano até agora e fica, por exemplo, bem abaixo da expectativa da Fator (1 bilhão de dólares). O resultado, assim, deve reforçar a preocupação dos agentes econômicos com a ausência de sinais de uma recuperação mais forte dos investimentos no Brasil. O BC preferiu dar destaque ao superávit comercial de 3,2 bilhões de dólares, que pelo quinto mês consecutivo supera o nível dos 3 bilhões.

As remessas líquidas de renda para o exterior somaram 1,2 bilhão de dólares em setembro, crescimento de 19,2% em relação a setembro de 2003, e 14,5 bilhões de janeiro a setembro, elevação de 17,9% em relação aos nove primeiros meses de 2003. A dívida externa total, estimada para julho de 2004, apresentou redução em relação a junho de 2,6 bilhões de dólares, para 203 bilhões.