Economia

Investimento global em energia renovável cai 7% em 2017

Relatório da Agência Internacional de Energia alerta para declínio de investimento em renováveis

Trabalhador sobe em um painel de uma usina de energia solar, na China (William Hong/Reuters)

Trabalhador sobe em um painel de uma usina de energia solar, na China (William Hong/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de julho de 2018 às 16h00.

Última atualização em 17 de julho de 2018 às 16h03.

São Paulo - No ano passado, o investimento global em energia foi de US$ 1,8 trilhão, valor que representa uma queda de 2% em relação aos números de 2016, de acordo com o relatório World Energy Investment 2018, divulgado pela Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês).

Mais de US$ 750 bilhões foram gastos no setor elétrico, enquanto US$ 716 bilhões foram investidos no fornecimento de petróleo e gás globalmente em 2017.

Os investimentos impulsionados por empresas estatais são responsáveis ​​por uma parcela crescente do investimento global em energia, que aumentou mais de 40% nos últimos cinco anos, principalmente devido a modificações e reconstruções nas redes nacionais para equilibrar demanda e oferta.

No entanto, os investimentos no setor, responsável por dois terços dos gastos com geração de energia (US$ 300 bilhões), caíram 7% em 2017. A AIE prevê que essa taxa continuará a declinar este ano, ressaltando que “a implementação de políticas de eficiência energética e a melhoria da intensidade energética global estão abrandando”.

De acordo com o relatório, esse declínio deve-se à mudança no foco de melhorias na rede de energia, bem como menores custos de capital para projetos eólicos onshore (em terra), além de uma queda no investimento em energia hidrelétrica.

Também pesa a redução do apoio de governos para desenvolvimento de projetos de energia solar, como a decisão da China de cortar subsídios para novos projetos, o que aumenta o risco de desaceleração dos investimentos no setor este ano.

Como a China responde por mais de 40% do investimento global em energia solar fotovoltaica, suas mudanças na política de incentivo têm implicações globais. Isso reitera a importância crítica das políticas públicas na condução do investimento em energia renovável, avalia a Agência.

O relatório revela ainda que o investimento em combustíveis fósseis aumentou no ano passado pela primeira vez desde 2014, em parte devido ao incremento do poder de compra da indústria de petróleo e gás.

A participação das empresas petrolíferas nacionais no investimento total no setor manteve-se perto de recordes, uma tendência que a AIE prevê que continue este ano.

A indústria de xisto dos EUA também está vendo uma tendência ascendente após um longo período de fragilidade financeira.  Já o investimento no setor nuclear afundou para seu nível mais baixo em cinco anos, segundo o relatório.

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