Inflação vai terminar o ano abaixo de 4% em 2018, diz Ilan Goldfajn
Meta de inflação para este ano são os mesmos 4,5 por cento, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, previstos para 2017
Reuters
Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 13h07.
Última atualização em 3 de dezembro de 2018 às 13h42.
Rio de Janeiro - A inflação terminará este ano com um avanço menor que 4 por cento, depois de terminar o ano passado abaixo da meta perseguida pelo Banco Central, estimou nesta segunda-feira o presidente da instituição, Ilan Goldfajn.
Em discurso durante evento no Rio de Janeiro, o chefe da autoridade monetária também avaliou que, ao prever a subida da Selic do piso histórico atual de 6,5 por cento ao ano para 8 por cento ao ano em 2020, o mercado está estimando qual seria a taxa neutra de juros --aquela que não estimula nem contém a atividade econômica e os preços.
"É como se eles dissessem que hoje estamos numa taxa estimulativa e uma vez que a economia se recuperar... você voltaria a uma taxa neutra", disse Ilan, lembrando que isso deve ocorrer após redução do desemprego e da ociosidade da economia.
A meta de inflação para este ano são os mesmos 4,5 por cento, com intervalo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, previstos para 2017. No ano passado, o índice oficial de preços que norteia a política monetária terminou o ano em 2,95 por cento, um dos fatores que levaram o BC a cortar a Selic para o menor patamar da história em março e manter os juros até agora.
O fato de a inflação ficar abaixo do intervalo da meta, que é definida em conjunto pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento com o Banco Central, pode significar que há espaço para usar os juros para estimular a atividade econômica.
Para Goldfajn, o mercado entende que a Selic se encontra neste patamar conhecido tecnicamente como expansionista, no qual as condições financeiras mais soltas geram incentivo ao uso do crédito para compras e investimentos.
Os preços na economia brasileira devem permanecer comportados nos próximos anos, segundo estimativas de mais de 100 economistas consultados semanalmente pelo Banco Central na pesquisa Focus.
A meta de inflação está definida atualmente até 2021, com redução de 0,25 ponto percentual por ano, já no ano que vem, quando será de 4,25 por cento, caindo a 4 por cento em 2020 e a 3,75 por cento em 2021, em todos os casos com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
O mercado prevê que a Selic subirá a 7,75 por cento no fim do ano que vem e a 8 por cento em 2020, o que, na visão de Ilan, significaria o nível neutro da taxa básica de juros do Brasil para os economistas de mercado.