EUA: um supermercado de Rosemead, na Califórnia, 12 de dezembro de 2023 (Agence France-Presse/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 26 de janeiro de 2024 às 15h25.
Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 15h35.
Os dados de inflação para dezembro nos Estados Unidos mostraram que a alta de preços está se estabilizando, uma informação relevante para o Federal Reserve (Fed, banco central americano), que terá de decidir sobre suas taxas de juro na próxima semana.
A inflação em 12 meses permaneceu estável em 2,6%, de acordo com o índice PCE divulgado nesta sexta-feira, 26, pelo Departamento de Comércio, o dado mais acompanhado pelo Fed.
Na medição mês a mês, no entanto, a inflação teve leve aumento de 0,2% em dezembro em relação a novembro, após os preços caírem 0,1% entre outubro e novembro. O dado está em linha com as expectativas dos analistas, segundo o consenso reunido pelo site especializado Briefing.com.
Dias antes da reunião de política monetária do Fed na próxima semana, o índice preferido pelo banco central indicou uma inflação subjacente — que exclui os preços voláteis de alimentos e energia — que continua se moderando, para 2,9% em 12 meses até dezembro.
"Os dados de inflação apoiam uma mudança na estrutura da política do FOMC [o comitê de política monetária do Fed] este ano", estimou a economista-chefe da High Frequency Economics, Rubeela Farooqi, em uma nota aos clientes.
O FOMC manteve as taxas de juro altas na tentativa de conter a inflação. Taxas elevadas encarecem o crédito e desencorajam o consumo e o investimento, moderando as pressões sobre os preços.
O momento "exato" para um corte nas taxas "dependerá dos dados futuros, do mercado de trabalho, da inflação e do crescimento" da economia, acrescentou Farooqi.
Os corretores de futuros atribuem uma probabilidade de 97% para que o Fed mantenha suas taxas inalteradas, na faixa de 5,25% a 5,50%, em sua reunião na próxima terça e quarta-feira, de acordo com o CME Group.
O Fed tem previsão de começar a cortar suas taxas de referência. Isso permitiria aos americanos recuperar poder de compra e às empresas capacidade de investimento.
Os dados do Departamento de Comércio mostraram um forte aumento nos gastos de consumo, de 0,7% em dezembro em relação a novembro. Na medição anterior, que comparava novembro com outubro, os gastos também haviam subido, em 0,4%.
A alta de dezembro foi a maior desde janeiro de 2023, indicou o economista Kieran Clancy, da Pantheon Macroeconomics.
Enquanto isso, a taxa de poupança caiu fortemente, para 3,7% da renda, de 4,1% no mês anterior.
"O aumento nos gastos derivados das economias acumuladas durante a pandemia está desaparecendo, mas o aumento da renda está assumindo a liderança", disse Clancy, referindo-se ao crescimento de 0,3% nos ganhos em dezembro.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), outra medida de inflação que é referência para as aposentadorias nos Estados Unidos, subiu em dezembro a 3,4% em 12 meses, após vários meses de contração, impulsionado principalmente pelos preços da habitação.
O objetivo de inflação do Federal Reserve é de 2% ao ano.
A economia americana conseguiu resistir às taxas elevadas e evitar uma recessão em 2023, com um PIB que cresceu 2,5% no ano passado, em comparação com 1,9% em 2022.