Inflação: Venezuela está longe de superar a crise econômica (Ueslei Marcelino/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 15h13.
Caracas — A inflação na Venezuela aumentou no mês de novembro para 35,8%, quase o dobro do registrado em outubro, quando foram registrados 20,7%, lembrando aos venezuelanos que o país está longe de superar a crise econômica, de acordo com a divulgação feita nesta segunda-feira pelo Parlamento - com maioria da oposição -.
O deputado Angel Alvarado, membro da Comissão Legislativa de Finanças, disse a jornalistas que o aumento do índice era esperado, uma vez que "normalmente ocorre no último trimestre" de cada ano na Venezuela devido ao aumento do consumo.
Com esse número, a inflação acumulada - durante todo o ano - subiu para 5.515,6%, enquanto a inflação anualizada - novembro de 2018 a novembro de 2019 - foi de 13.475,8%.
Alvarado explicou que essa queda na inflação é causada pela política do governo de Nicolás Maduro de aumentar a reserva legal nas entidades bancárias.
Mas essa decisão, explicou, restringiu o crédito e aprofundou a desaceleração econômica, que até o mês passado perdeu 43% de seu volume em geral.
Por seu lado, o setor mais dependente de empréstimos (o não-petróleo) caiu este ano (78%).
Os itens de educação, eletrodomésticos, roupas e calçados tiveram os maiores aumentos no mês passado, com 102,3%, 58,1% e 54,6%, respectivamente.
Em janeiro de 2017, a Comissão de Finanças do Parlamento venezuelano começou a oferecer um índice de preços ao consumidor, pois o Banco Central (BCV) não publicou a inflação e outros indicadores há mais de um ano.