Argentina: alimentos e bebidas tiveram a maior alta do IPC do país (Stuart Dee/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 13 de setembro de 2023 às 16h37.
Última atualização em 13 de setembro de 2023 às 16h58.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Argentina de agosto foi de 12,4%, número mais elevado em 32 anos, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística e Censo (Indec) divulgados nesta quarta-feira, 13. Em julho, a inflação argentina foi de 6%.
O número veio levemente acima da expectativa dos analistas do mercado financeiro, que previam alta mensal de 11,9%. O dado é o pior resultado para um mês desde fevereiro de 1991, quando registrou 27%. Em abril de 2002, quando o país também enfrentava um processo inflacionário, a taxa foi de 10,4%.
O resultado acumulado nos últimos 12 meses ficou em 124,4%, acima dos 122% que previam os analistas do mercado. Em 2023, a inflação é de 80,2%. O núcleo da inflação, que exclui valores sazonais, apresentou aumento de 13,8%.
Segundo o Indec, carnes, pães e verduras tiveram altas nos preços em agosto e puxaram o item alimentação e bebidas para cima, com aumento de 15,6%. De acordo com dados da Câmara de Indústria e Comércio de Carnes da República Argentina (Ciccra), a carne disparou quase 50% no mês. Os serviços de saúde, com alta de 15,3%, foram o segundo item do IPC que mais subiu no mês. Por sua vez, o setor de comunicações registrou alta de 4,5%, o menor avanço entre os setores pesquisados em agosto.
O IPC de agosto é o primeiro divulgado após um acordo do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) pela desvalorização do dólar oficial e de uma desvalorização de 20% do peso. Hoje, o dólar vale 350 pesos, menos da metade do valor do câmbio paralelo.
A última Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) do Banco Central (BCRA) da Argentina estimou que a inflação de 2023 será 14,9%. O relatório, porém, foi publicado com dados anteriores a decisão de desvalorização do peso. O FMI espera uma inflação média anual de 115% para 2023.